Viagens presidenciais demandam discretas inspeções de segurança. Foi assim nesta segunda-feira (29), em Camboriú, onde um grupo de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República fez um pente-fino para avaliar se há condições logísticas e operacionais para a já anunciada vinda do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao congresso evangélico de Gideões.

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No fim da tarde desta segunda, a prefeitura anunciou que ele estará na cidade na quinta-feira, às 19h, para a abertura do evento – por enquanto, o compromisso ainda não faz parte da agenda oficial da Presidência.

Duas equipes de Brasília, uma de segurança e outra de saúde, acompanhadas de uma representante do governo do Estado, estiveram com o comando local da Polícia Militar, a organização do evento e com o prefeito Elcio Kuhnen (MDB), tudo sob absoluto sigilo. Imagens da reunião e o teor do que foi discutido não tiveram a divulgação autorizada.

Na semana passada, militares já haviam avaliado o trajeto. A ideia é que Bolsonaro chegue a bordo do avião presidencial ao Aeroporto de Navegantes, no início da noite de quinta, e siga de helicóptero até Camboriú.

O cuidado é de praxe, em se tratando da segurança do presidente – e o histórico relacionado a Bolsonaro, com a facada durante o período eleitoral, torna as operações ainda mais cautelosas. O ambiente do Congresso de Gideões, que reúne dezenas de milhares de pessoas dentro do ginásio onde ocorrem as pregações, e uma multidão ainda maior nas ruas, é um desafio.

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Fontes que já passaram pelo Palácio do Planalto garantem que a avaliação da segurança tem peso. Mas a palavra final sobre a manutenção da agenda é sempre a do presidente.

Compromissos

A visita de Bolsonaro a Santa Catarina, caso seja concretizada, deve mobilizar lideranças em torno do Congresso de Gideões. O governador Carlos Moisés (PSL) já havia confirmado presença na abertura, e vai recepcionar o presidente.

A expectativa, agora, é pelo complemento da agenda. Ainda não se sabe, por exemplo, se o cerimonial abrirá espaço para outras demandas – como a inauguração da reforma do berço 4 do Porto de Itajaí.