Jair Bolsonaro (PL) faz de suas “férias” em Santa Catarina um acinte ao se recusar a cumprir suas obrigações com a Bahia, que enfrenta as consequências de uma grave enchente. Nesta quinta-feira (30), o presidente da República mobilizou o aparato de segurança para visitar o Beto Carrero World e pilotar um carrinho de Hot Wheels tamanho família.

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Em Penha, Bolsonaro estava a menos de 10 quilômetros do Aeroporto de Navegantes – de onde poderia, em um estalo de responsabilidade, ter embarcado na aeronave oficial para levar solidariedade ao povo baiano. As cheias no estado deixaram um rastro de destruição com duas dezenas de mortos, 90 mil desabrigados e desalojados, e estoques inteiros de medicamentos e vacinas inutilizados.

O governo federal mandou para lá dois ministros, um punhado de dinheiro e lavou as mãos, deixando até aliados constrangidos. As imagens de brasileiros que perderam tudo neste fim de ano contrastam com as do presidente que passeia na praia em Santa Catarina, cercado por apoiadores que o chamam de mito.

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Os motivos para a falta de atenção de Bolsonaro à tragédia da Bahia são indignos. A começar pelas razões políticas, que incluem o fato do governador Rui Costa ser petista e a expectativa de baixa votação do presidente no Nordeste – como se não fosse sua obrigação governar para todos os brasileiros.

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E há a indiferença para com os mortos e desabrigados, a desumanidade. A mesma que aflorou tantas vezes ao longo da pandemia. “E daí, quer que eu faça o que? Não sou coveiro”, já disse Bolsonaro. Surpreendente seria se, de uma hora para outra, demonstrasse genuína solidariedade.

O presidente da República, que durante o ano teve tempo suficiente para rodar o país promovendo aglomerações em passeios de moto, chegou a dizer nesta semana que espera não ter que interromper o recesso. Bolsonaro, o insensível, usa SC como parque de diversões enquanto o Brasil segue desgovernado.

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