Em meio ao caos na saúde brasileira, com UTIs lotadas em praticamente todo o país, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para alardear os valores repassados pelo governo federal para cada estado em 2020. Para Santa Catarina, segundo ele, foram R$ 21 bilhões.  

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O que o presidente não divulgou é que, no ano passado, o governo federal arrecadou R$ 44 bilhões com impostos no Estado. Isso sem considerar as contribuições previdenciárias, que são mais de R$ 20 bilhões.

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A situação pouco mudará em 2021. Para este ano, SC é o terceiro estado com menor coeficiente de participação no país. Estamos com 1,2%, atrás apenas de São Paulo e Distrito Federal.

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Governadores reclamam; SC não

Pressionado pela abertura e manutenção de leitos de UTI e para acelerar a vacinação, o governo federal busca jogar nos estados a responsabilidade pela crise. Os dados de Bolsonaro incluíram repasses diretos e indiretos, como a suspensão do pagamento de dívidas com a União – à parte, ele indicou o valor repassado como auxílio emergencial.

A publicação foi questionada por governadores, que indicam que o presidente colocou no mesmo balaio repasses que são obrigações constitucionais, previstas no pacto federativo. Alguns deles recorreram às redes sociais para apontar o que chamaram de equívoco – caso de Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul

Nesta segunda-feira (1º), 16 governadores assinaram um manifesto em que acusam o presidente de distorcer dados para atacar os governantes nos estados.

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“Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população”, diz um trecho da carta.

O governador Carlos Moisés (PSL), que tem se esforçado para não contradizer o governo federal desde que retornou ao cargo, após ter sido afastado no processo de impeachment, não assinou a carta e não se manifestou. 

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