Um presidente da República chamar embaixadores para criticar o sistema eleitoral pelo qual foi eleito nas últimas três décadas e acusar fraudes das quais não tem prova alguma beiraria o ridículo, não fosse o ensaio da confusão que Jair Bolsonaro (PL) pretende causar em outubro. Depois de três anos e meio atacando as urnas eletrônicas, o presidente dobrou a aposta e fez nesta segunda-feira seu “dia da mentira” com plateia internacional.

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Ao trazer embaixadores para uma espécie de cercadinho, Bolsonaro parece preparar terreno para provável contestação do resultado das eleições. Fez isso em 2018, quando ganhou nos dois turnos – por que não faria em 2022, quando as pesquisas indicam que pode perder o posto ainda no primeiro turno?

As mentiras repetidas por Bolsonaro acusam o método. Desde que vestiu a faixa, o presidente da República não pensa em outra coisa senão em como não ser obrigado a repassá-la. Nem que, para isso, tenha que deixar para trás uma democracia em chamas.

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Bolsonaro segue o roteiro de Donald Trump, seu ídolo, que questionou – veja só a ironia – os votos impressos dos Estados Unidos. A diferença é que, por aqui, parte das forças armadas e seus generais de pijama estão assanhados para endossar a confusão e nossas instituições não são suficientemente fortes para acionar os freios. O que torna o cenário brasileiro especialmente perigoso.

Em maio, escrevi na coluna – e reitero – que é hora para os candidatos bolsonaristas em SC colocarem as barbas de molho. Farão o papelão de contestar a urna eletrônica somente nas eleições presidenciais? Ou correrão o risco de ter o próprio resultado nas urnas questionado por uma mentira?

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