O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a vinda a Santa Catarina para esticar um pouco mais a corda que sustenta a democracia brasileira, já tensionada pelos constantes ataques feitos por ele às instituições. Desrespeitando o decoro e a liturgia do cargo que ocupa, Bolsonaro foi gravado nesta sexta-feira (6) usando um palavrão para se referir ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Mais cedo, em uma fala a empresários em Joinville, atacou o sistema eleitoral e disse que “só Deus” o tira da cadeira de presidente.
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– Já dou o recado: só Deus me tira daquela cadeira – afirmou.
Em franca campanha eleitoral e em guerra declarada contra a Justiça, as instituições e a democracia, o presidente voltou a dizer que é “imbrochável” e atacou os adversários políticos – os reais e os imaginários. Alvo preferencial das últimas semanas, o ministro Barroso foi acusado até de defender que crianças com 12 anos tenham relações sexuais. Obviamente, mais uma mentira da torpe retórica do presidente.
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– Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do sr. Barroso, defensor do terrorista (Cesare) Batisti, favorável ao aborto, da liberação das drogas, da redução da idade para estupro de vulnerável. Ele quer que nossas filhas e netas com 12 anos tenham relações sexuais sem problema nenhum – disse o presidente.
Nas falas de Bolsonaro não houve um anúncio sequer para Santa Catarina. Nem ministro ele trouxe a tiracolo desta vez – veio acompanhado dos parlamentares catarinenses mais próximos, como o senador Jorginho Mello (PL) e os deputados Daniel Freitas (PSL) e Caroline de Toni (PSL), e de dois pastores evangélicos que têm os dois pés na política: Silas Malafaia e o ex-senador Magno Malta. Habituado a passar férias no Estado, o presidente veio fazer campanha.
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Em junho, Bolsonaro estava em Chapecó, em um roteiro semelhante ao de agora, quando os irmãos Miranda soltaram a bomba das suspeitas sobre a compra de vacinas na CPI da Covid no Senado. Desta vez, passeia pelo Estado no momento em que as instituições reagem às suas bravatas – será investigado por propagar fake news, a pedido do TSE, e foi citado nominalmente pelo ministro Luiz Fux, presidente do STF, pelos ataques que faz à Suprema Corte.
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Bolsonaro já se acostumou a buscar refúgio em SC enquanto sua batata assa em Brasília. Em meio à crise, ainda encontra no Estado uma plateia cativa que, mesmo diante dos arroubos antidemocráticos e da falta de anúncios relevantes, lhe garante aplausos.
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