Empatia não é o forte do presidente da República. Mas, ao afirmar nesta terça-feira (1º) que os brasileiros descontentes com o valor do auxílio emergencial podem recorrer a empréstimo bancário, Jair Bolsonaro subiu mais um degrau na falta de noção.
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Talvez o presidente da República não saiba, mas o cidadão que se candidata a um empréstimo no banco precisa, antes de tudo, provar que é um bom pagador. E isso tem sido cada vez mais difícil, em meio ao desemprego e ao custo de vida cada vez mais alto.
Em abril, segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 67,5% dos brasileiros tinham entrado no mês com contas pendentes – dado que iguala o recorde histórico. Para os inadimplentes, nada de empréstimo.
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Bolsonaro tem razão ao dizer que o valor do auxílio emergencial impacta nas contas do país. Mas, antes de sair atirando, deveria revisar os próprios gastos.
O presidente poderia, por exemplo, recorrer ao empréstimo bancário que sugeriu aos brasileiros na próxima vez em que resolver passar um feriadão em Santa Catarina, como fez no último Carnaval. A fatura saiu salgada: R$ 1,8 milhão.
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Entraram na conta as passagens aéreas e hospedagem dos agentes de segurança, manutenção e combustível da aeronave presidencial, e o cartão corporativo, onde estão os gastos pessoais. Só no cartão corporativo foram gastos mais de R$ 700 mil.
Nas férias de fim de ano, em que se dividiu entre São Francisco do Sul e Guarujá, no Litoral de São Paulo, o presidente gastou mais R$ 2,4 milhões.
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Vale lembrar que Bolsonaro aumentou o próprio salário por meio de Medida Provisória. Mudou o cálculo do teto salarial e recheou, assim, os rendimentos dos aposentados que ocupam cargos de confiança.
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O presidente, que se aposentou como capitão do Exército, ganhou um reajuste de R$ 2,3 mil e passou a receber mais de R$ 41 mil – um pouco acima do teto do funcionalismo. Com esse salário, não terá dificuldades se precisar de empréstimo para curtir o próximo feriadão. Mesmo que o gasto seja milionário.
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