Sorridente e simpático durante a conversa virtual que teve com o governador Carlos Moisés, durante a visita a Santa Catarina, no início do mês, o presidente Jair Bolsonaro deu a entender durante a live – vídeo ao vivo nas redes sociais – desta quinta-feira (23) que o clima de cordialidade era passageiro e a expectativa de reaproximação não se consolidou. Moisés foi citado por Bolsonaro quando o presidente comentava ter vetado o projeto de lei que tornava obrigatório o uso de máscaras, em todo o país.

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Bolsonaro citou o caso da bailarina Natacha Horana, do Domingão do Faustão, que foi detida pela Guarda Municipal de Balneário Camboriú após resistir a uma fiscalização em uma festa clandestina. A ação ocorreu com base num decreto municipal – mas o presidente, ao comentar o caso, falou de Moisés:

– O governador de SC se elegeu usando o meu nome, a exemplo do Rio de Janeiro, e depois, não sei o que deu na cabeça das pessoas, resolveu me atacar.

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Bolsonaro deu a entender que não conhecia bem o governador – o que destoa do tom da conversa durante a visita oficial, no início do mês. Disse que SC está “sofrendo muito” por ações do governador, que chamou de “comandante Moisés, se não me engano”.

https://www.facebook.com/watch/?v=581649662717596

Fake news

O exemplo da bailarina foi citado pelo presidente para dizer que vetou o uso de máscaras porque, segundo ele, o projeto aprovado pelo Congresso permitiria que os fiscais invadissem casas. 

A informação tem sido alvo frequente de fake news nas redes sociais, e já levou a Câmara dos Deputados a emitir esclarecimento, em junho, dizendo que “não há nada no texto aprovado que obrigue o uso de máscara dentro de casa ou que fale em invasão domiciliar para fiscalizar e punir a população”.

A Câmara explicou, em nota pública, que o trecho que causou a confusão fala em obrigar o uso da máscara em “demais locais fechados”. E que isso se refere a “espaço privado acessível ao público”, e não a residências.

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Recentemente, Moisés falou aos colegas Upiara Boschi e Raphael Faraco, em entrevista, sobre a relação com o presidente. Disse que nunca houve afastamento, que sempre respeitou o presidente, e que “talvez as informações que cheguem ao presidente tenham chegado distorcidas”.

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