O prédio onde funciona a Biblioteca Municipal e o Arquivo Histórico de Balneário Camboriú está interditado, sem prazo para reabertura. O telhado e as calhas do edifício, que fica na Terceira Avenida, não resistiram à enxurrada do dia 14 de janeiro. Os deslizantes _ espécie de cofre _ que ficam no segundo andar, onde são guardados os documentos, mapas e fotos que contam a história da cidade, foram atingidos pela chuva.

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Os servidores trabalham na transferência do material histórico para uma sala protegida, no andar térreo, e para a sede da Fundação Cultural. Os deslizantes evitam que os papéis sejam atingidos pela umidade no solo e nas paredes. Mas a água veio do teto, e por pouco não comprometeu a documentação. Por enquanto, não há registro de que algo tenha sido danificado.

O arquivo mantém papéis importantes, como os que foram consultados pela Comissão Nacional da Verdade no processo que atestou a morte do primeiro prefeito, Higino Pio, pela ditadura militar _ uma documentação de valor histórico nacional.

O mau estado de conservação do prédio não é novidade. Há dois anos, a caixa d´água causou infiltração. Tempos depois, uma revisão no sistema de ar condicionado trouxe novos pontos de infiltração. Já havia problemas no telhado e nas calhas. Em dezembro, parte do gesso do teto caiu. E a chuva forte de 10 dias atrás arrematou o relatório de estragos, com um curto circuito que destruiu parte da instalação elétrica.

George Varela, presidente da Fundação Cultural, diz que já havia intenção de revitalizar a estrutura. Segundo ele, engenheiros da prefeitura avaliam os problemas para propor uma ação emergencial, que possa reabrir a biblioteca no prazo mais curto possível _ não menos do que 30 dias.

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O conserto das calhas e do dano na rede elétrica deve demorar mais, até quatro meses. A reforma forçada servirá para uma reestruturação, que não deve ficar pronta antes do fim do ano.

Aluguel

A Biblioteca Municipal de Balneário Camboriú tem 50 mil livros, e uma média de 250 visitantes diariamente. Como a reabertura não ocorrerá em menos de 30 dias, o espaço estará fechado no início do ano letivo, quando é maior o fluxo de pessoas.

O presidente da Fundação Cultural diz que, se não for possível reabrir em um prazo curto, considera-se a possibilidade de transferir o acervo temporariamente a um prédio alugado.