O decote usado pela deputada estadual Ana Paula da Silva (PDT), a Paulinha, em sua posse na Assembleia Legislativa, no mês passado, faz parte da lista de “roupas que mulheres usaram pela mudança” publicada pelo site da rede britânica BBC News. A matéria, “A Rebelião do Guarda-roupa”, cita exemplos em que o traje tem papel político na relação das mulheres com o mundo.

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A primeira da lista é a apresentadora de telejornais sul-coreana Yim Hyun-ju, que foi a primeira no país a deixar de lado as lentes de contato e os cílios postiços para usar óculos de grau. A iniciativa trouxe à tona discussões sobre a beleza.

A cantora sudanesa, Mona Magdi Salim, segunda na lista, foi presa por ter usado calças em uma apresentação. Ela está liderando um movimento para mudar a lei no Sudão, que define as roupas que podem ser usadas pelas mulheres.

Siwar Tebourbi, uma jovem moradora da Tunísia, revoltou-se contra a exigência de que as meninas – e apenas elas – usassem guarda-pó nas escolas. Ameaçada de expulsão, ela provocou um protesto em que meninos e meninas vestiram uma camiseta dizendo “Não à discriminação”.

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Na Dinamarca, Sarah Ali criou o grupo Women in Dialogue – Mulheres em Diálogo – para discutir o direito de mulheres muçulmanas usarem véu em público. O niqab, como é chamado o véu, é proibido no país.

A quinta na lista é a deputada Paulinha. A rede britânica fala da surpresa que a parlamentar teve com as reações, e de como o destaque dado ao decote é um retrato da pouca participação feminina na política, no Brasil.