Entre as quase 40 embarcações envolvidas na operação do Ibama que resultou na maior apreensão de barbatanas de tubarão no mundo, divulgada em junho, em Itajaí, quatro têm documentação ligada à família do senador Jorge Seif Junior (PL), que foi secretário Nacional de Pesca no governo Bolsonaro. O empresário Jorge Seif, pai do senador, diz que não atua nessa modalidade de pesca há três anos e afirma que os documentos podem estar desatualizados.
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Foram fechadas até agora quatro autuações ligadas à família Seif. Duas em um barco que pertenceria ao pai do senador, que somam R$ 1 milhão, e outras duas em embarcação registrada na empresa da madrasta, Sara Seif, com R$ 1,2 milhão em duas multas. Segundo informações do Ibama, outras quatro autuações estão em fase de registro.
Leandro Aranha, diretor do Ibama na região de Itajaí, diz que o órgão ambiental considera os documentos que foram enviados pela indústria pesqueira onde ocorreu a apreensão. A empresa foi notificada a apresentar a documentação de todos os barcos que descarregaram barbatanas de tubarão ao longo dos últimos anos. Nesses dados consta, de fato, que um dos barcos da família Seif foi vendido em fevereiro de 2022.
– As autuações, no entanto, são por irregularidades cometidas em 2020 e 2021, período em que a autorização de pesca está em nome de Jorge e Sara Seif. A não ser que eles apresentem outro contrato – diz Aranha.
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Entre 2020 e 2021, o senador Jorge Seif Junior estava no comando da Pesca no governo brasileiro. O pai afirma que não possui mais embarcações de longline – modalidade que captura atuns e tubarões – e que as autuações levariam em conta restrições que ele considera indevidas.
– Teve um período em que existia restrição de captura de cação azul no Rio Grande do Sul, mas ela foi sanada, prescreveu. O Ibama estava autuando indevidamente – alega.
Procurado pela coluna, o senador Jorge Seif Junior não se pronunciou a respeito das autuações. Ele foi sócio do pai na pesqueira até assumir o cargo no governo federal.