O primeiro sábado de 2021 levou uma multidão à Praia Central de Balneário Camboriú. Tanta movimentação que, não fossem as raríssimas máscaras, as imagens feitas de manhã pelo repórter cinematográfico Luiz Carlos Souza, da NSC TV, poderiam ser confundidas com as do último verão – antes da ameaça trazida pela pandemia.
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Mais lotada do que a praia, no entanto, está a UTI Covid do Hospital Ruth Cardoso, o único que atende pelo SUS na região de Balneário Camboriú. Se na areia ainda há espaço para os guarda-sóis, no hospital a ocupação é de 100%.
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Todos os 27 leitos reservados para casos de Covid-19 no hospital estão ocupados por pacientes do Litoral e do Vale do Itajaí. Os três leitos restantes estão com as bombas de infusão, que controlam a medicação dos pacientes, estragadas – e não há peças disponíveis para a reposição.
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A ‘dupla lotação’, na praia e no hospital, é o retrato das escolhas feitas por Santa Catarina para a temporada. Sem organização prévia e regramento, o Estado optou por deixar que o movimento fosse regulado pela demanda. Os municípios tampouco fizeram questão de debater um regramento com antecedência. É o que o colega Anderson Silva tem chamado de um “verão de peito aberto”.
Veja bem, caro leitor – o problema não é a praia, mas a aglomeração. Não são os grupos reunidos sob o guarda-sol, mas o fato de que não há sequer uma campanha de conscientização integrada, entre o Estado e as cidades litorâneas, para que os turistas evitem dispensar a máscara. As festas, que continuam proibidas onde a classificação é gravíssima, ocorrem diariamente ao longo do Litoral. E a fiscalização é insuficiente para conter o ímpeto de quem está em busca de diversão.
Nesta pandemia, o que se vê no sistema de saúde é reflexo de duas semanas antes ou mais – o que significa que a UTI lotada não é, ainda, resultado da política de ‘liberou geral’ adotada para o verão. Mas os dois cenários de lotação, na praia e no hospital, expõem o descompasso das decisões tomadas por Santa Catarina.
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