As imagens de um beach club lotado em Florianópolis rodaram o país na Sexta-feira Santa. As ‘baladas da insanidade’ também ocorreram em outras cidades no Litoral catarinense, onde a irresponsabilidade é maior do que o esforço de fiscalização.
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Parecem assistimos ao replay de um filme ruim, que se repete todo feriado, e cujo final todo mundo já conhece. É provável que muitos saiam das festinhas, que reúnem gente sem máscara e sem noção, contaminados pela Covid-19. Na segunda-feira, quando o feriado passar, essas mesmas pessoas estarão no comércio, no supermercado, no banco. O risco, portanto, não é individual e nem restrito ao meio familiar.
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É uma pena que as cidades não monitorem o rastro da Covid-19 nas festinhas. Há tempos o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, chama essas situações de eventos “superespalhadores” do vírus, capazes de causar grandes estragos.
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Se quisermos fazer um paralelo com outras situações perigosas, participar de um evento com aglomeração e sem nenhuma proteção equivale a beber e dirigir. Mesmo sem intenção, há um grande risco de levar alguém à morte. Qualquer um.
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Santa Catarina tinha, na sexta-feira, 252 pessoas na fila de espera de um leito de UTI. Uma situação tão crítica, que o procurador-Geral de Justiça, Fernando Comin, já chamou de “corredor da morte”. São pacientes em estado grave, que precisariam de um atendimento especializado, ao qual não têm acesso por absoluto colapso no sistema de saúde.
Médicos que atendem esses pacientes relatam que a falta de UTI resulta em comprometimento importante de órgãos, que pode ser irreversível. E essa é uma situação à qual estão expostas pessoas de todas as idades, muitas delas sem nenhuma doença preexistente.
Diante do caos na saúde e da perda de vidas, é necessário um esforço de todos os poderes. Inclusive do Judiciário, que desinterditou estabelecimentos reincidentes em desrespeitar os protocolos em cidades como Florianópolis e Balneário Camboriú. O Estado precisa reconhecer que tem um problema grave na fiscalização, e que falta punição – tanto para os estabelecimentos que descumprem as regras, quanto para os cidadãos que insistem em ignorar os riscos.
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