O governador Carlos Moisés (PSL) estava na Casa D`Agronômica, na companhia do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, quando soube do avanço do processo de impeachment na Assembleia Legislativa (Alesc). Ele recebeu a notícia com aparente tranquilidade, e deu sequência à agenda. Nos bastidores, no entanto, o clima pesou.
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Moisés vinha acompanhando de longe, nos últimos dias, o burburinho sobre o possível andamento do processo de impeachment. Segundo fontes próximas ao governador, ele estava “muito atento” à movimentação, mas não esperava o desfecho, anunciado na sessão plenária pelo presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD).
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Além do ministro, estavam com o governador o chefe de gabinete, coronel Márcio Ferreira, e o secretário de Estado de Administração, Jorge Tasca. O nome de Tasca integra o processo de impedimento, construído sobre a equiparação de salários dos procuradores do Estado com os do Legislativo – o que levou a um polêmico reajuste.
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O governo só vai se manifestar oficialmente quando tiver acesso à documentação que embasou o andamento do processo. Mas o grupo que cerca o governador se apoia na divergência de entendimentos entre o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) sobre a ilegalidade do reajuste dos procuradores, para tentar escapar do impedimento.
Impeachment, no entanto, é processo político. E exigirá habilidades que vão além da argumentação jurídica. Essa estratégia ainda está em construção.
Até o fim da tarde, Moisés ainda não havia conversado com a vice-governadora Daniela Reinerh, que também é alvo do pedido de impeachment. Ela se manifestou por meio das redes sociais. “Sigo e aguardo com serenidade, para tirar nosso Estado da paralisia em que se encontra” – escreveu. Uma cutucada no governador, de quem está oficialmente afastada, e um aceno à Alesc. Talvez, na esperança de ser poupada no decorrer do processo.
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