*Com Jean Laurindo (jean.laurindo@somosnsc.com.br)
O presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Ademir Arnon, lamentou a decisão da direção da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, de suspender o convite a Miriam Leitão e ao sociólogo Sérgio Abranches para que participassem de uma mesa de debates durante o evento, devido às ameaças à jornalista nas redes sociais. Arnon atribuiu o fato à intransigência e à intolerância que ocorrem de todos os lados e diz temer que a proporção de situações desse tipo possa causar uma “caça às bruxas”.
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– A gente só tem a lamentar que isso ocorra de todos os lados e pede que haja mais tolerância, que as coisas mudem. A gente não concorda com essa intolerância de divisão que está acontecendo no país – avalia.
Procurados pela coluna, nesta terça-feira, Miriam e Sérgio não quiseram comentar o caso. O anúncio de que os dois seriam excluídos da programação da Feira do Livro, que ocorre de 8 a 18 de agosto, ocorreu nesta terça-feira por parte da organização do evento.
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Em nota, a Feira do Livro afirma que “nunca, em toda sua história, a festa da literatura foi atacada pela escolha de seus convidados”, e que a decisão de cancelar a vinda dos jornalistas não foi unânime.
O coordenador artístico da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, Carlos Schroeder, afirmou em entrevista que ficou envergonhado em ter que dizer que não conseguiria garantir a segurança de Miriam Leitão na cidade. Ele disse que comentários nas redes sociais, e enviadas aos celulares dos organizadores da feira, continham ameaças de tumulto e até mesmo de morte contra a jornalista.
– Tudo o que não queríamos era transformar a feira num palco de batalha – afirmou.