Duas imagens geradas ao longo dos últimos meses por Santa Catarina, um dos estados mais bolsonaristas do país, foram um prenúncio de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia perder as eleições para o ex-presidente Lula (PT), como de fato aconteceu.
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O primeiro desses sinais veio ainda na pré-campanha, em junho, quando Bolsonaro esteve na Marcha para Jesus em Balneário Camboriú. A organização previu reunir 50 mil pessoas. O evento teve um público considerável, mas não chegou perto do que havia sido projetado.
Num dos estados mais bolsonaristas do país, era o anúncio de que Bolsonaro vivia um mau momento, com a popularidade em baixa. A crise econômica, as mortes causadas pela pandemia e a percepção de um líder insensível pesavam contra o presidente às vésperas do início da campanha eleitoral.
Nas semanas seguintes, Bolsonaro daria início a uma força-tarefa para diminuir o preço dos combustíveis e para aumentar o Auxílio Emergencial, que culminaria com a PEC Kamikase e uma série de outros benefícios para reverter a perspectiva de uma reeleição difícil.
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O segundo indício trazido por Santa Catarina ocorreu no dia 18 de setembro, quando Lula reuniu uma multidão em Florianópolis. Com o palanque cheio de lideranças e o chão lotado de apoiadores, o ex-presidente deixou Santa Catarina com a imagem que queria – uma demonstração de força em terreno predominantemente bolsonarista. Era uma estratégia de Lula para mostrar que poderia ganhar espaço de Bolsonaro, e uma imagem que o PT usou até o fim da campanha.
As duas imagens foram destacadas pela imprensa nacional. Para quem leu as entrelinhas, Santa Catarina deu os sinais.