Este era um ano promissor para o Green Valley. O club catarinense começou 2020 como o melhor do mundo – título da importante publicação britânica DJ Mag que a casa já conquistou cinco vezes – e com uma agenda recheada. A estrutura havia passado por uma reforma, e tudo apontava para o sucesso. Mas a pandemia freou os eventos no Brasil e no mundo, e pausou a cena eletrônica, um importante indutor de turismo no Estado.

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A situação, que já era preocupante, foi potencializada no dia 30 de junho, quando o ciclone bomba que atingiu Santa Catarina, deixando um rastro de destruição, derrubou toda a estrutura do GV. Em entrevista exclusiva à coluna, o empresário Eduardo Philips fala sobre a sequência de perdas e revela que a onda de prejuízos faz com que a retomada ainda seja incerta para o melhor club do planeta. De Santa Catarina para o mundo.

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ENTREVISTA: Eduardo Philips

O prejuízo com as perdas já foi calculado? De quanto estamos falando?

A gente está analisando com os engenheiros os detalhes, mas estamos falando, só na parte do Green Valley, em torno de R$ 4 milhões. Toda a tenda, que foi para o chão, os telhados dos camarotes, guarda corpos, detalhes de tubulações, parte elétrica. (Isso é ) só a parte do Green Valley, porque quando ele (o ciclone) passou, veio destruindo também os pavilhões. Um outro pavilhão que tínhamos feito de depósito também foi destruído, e o Maria´s (casa de shows), que é nosso também. O Green Valley ainda lutou bastante, não foi como os outros pavilhões que o furacão passou e derrubou. Ele ficou lutando, a tenda (voava) para cima e para baixo, e quando ele ruiu, eu estava lá na hora, e vi, ele foi caindo bem devagarinho. A gente tinha feito umas travas de segurança, todo cálculo possível para aguentar esses vendavais gigantes, então ele aguentou bem, mas caiu.

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Os estragos levaram a uma corrente de solidariedade. Como isso ocorreu?

A gente ficou muito surpreso com todo esse apoio todo esse carinho que estamos recebendo. Isso foi o que mais mexeu comigo, está sendo muito forte. A gente não imaginava como a marca Green Valley é querida por todos. Gente de toda parte do país, os artistas querendo ajudar de alguma forma. (Recebemos) o carinho de todos os países por onde a gente passou (no projeto internacional), até países por onde a gente não passou. Queremos muito agradecer a esse pessoal, os amigos, toda a comunidade da música eletrônica, a imprensa. Isso é realmente algo que nos deixa muito felizes. A gente não imaginava a força que a marca tem e o carinho que tem no coração das pessoas.

Estamos em um período difícil para o mercado de eventos. Qual o balanço que você faz desse período de pandemia?

No final de 2019 a gente investiu pesado na reforma de toda a estrutura do club, fachada, reformamos ele todo. Trocamos a tenda, estava novinha. Tínhamos uma (tenda) de 12 anos, e essa muito mais forte, estruturada, tubulação nova, cabos novos, membrana nova, então era uma tenda 100% nova e um club inteiramente reformado. Veio 2020 e nossa caminhada foi interrompida já logo depois do Carnaval. A gente tentou entender a dimensão da pandemia, se organizou para deixar a equipe bem, em segurança, para quando pudesse voltar. Mas a gente está contabilizando prejuízos muito significantes, com as portas fechadas desde o Carnaval, e não sabe quando vai voltar. Fora o estrago do ciclone, destruindo tudo o que a gente tinha acabado de reformar.

Os estragos podem atrasar a retomada da GV?

A gente está utilizando esse momento para avaliar os próximos passos. Fomos surpreendidos por um fato inédito, que é a pandemia, e agora um grande ciclone, que destruiu todo o nosso club. Não sabemos, vamos ver ainda o que vai ser feito. A gente ama muito o que faz e preza pela segurança de todo mundo. Então, só vamos abrir quando tudo estiver no seu devido lugar, garantindo o bem-estar de todo mundo. Essa é a certeza que a gente tem.

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Quando reabrir, que tipo de cuidados são possíveis e necessários? O que outras casas no mundo têm feito?

Hoje não temos nem club, então nem sabemos, nesse primeiro momento, se vamos, como vamos reconstruir. Estamos num momento muito incerto agora. O que temos certeza é que, se tudo lá na frente estiver certo, queremos abrir quando tudo estiver resolvido com relação à pandemia.

Qual a previsão para a reabertura, e o que o público pode esperar?

Hoje não sabemos nada. Não temos club, não temos previsão.

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