O senador catarinense Jorge Seif (PL) saiu em defesa do indefensável ao comentar o caso dos policiais militares de São Paulo que atiraram um jovem num córrego. “Questionou” se o rapaz não deveria ter sido jogado de um penhasco.

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“Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego? Não foi do penhasco? Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio. Minha solidariedade e apoio INCONDICIONAL aos PMs e ao Secretário de Segurança Publica Guilherme Derrite. O “filósofo” Sivuca já dizia em 1986 “bandido bom é bandido morto”. Tá com pena das vítimas da sociedade? Leva pra casa!”

Contestado por seguidores, Jorge Seif respondeu que “ninguém está na pele do policial”. Colocando os bons policiais, aqueles que arriscam a vida pela segurança alheia, no mesmo nível dos justiceiros, dos criminosos de farda.

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A truculência da PM de São Paulo já provocou chacinas. Já matou um estudante de Medicina. Já cercou velório de uma criança assassinada pela própria polícia. Os casos repercutem em todo o país porque essa não é a cartilha da Segurança Pública. Esta não é a Polícia Militar.

É possível que o senador não se lembre disso, mas em Itajaí, cidade onde sua família vive há muito tempo, um jovem estudante da Univali foi assassinado por policiais que o confundiram com um assaltante de banco. Convencidos de que se tratava de um bandido, policiais o deixaram sem socorro, sangrando sob o sol. Já na mesa do IML, descobriu-se que ainda estava vivo. O Samu foi chamado, mas o menino morreu logo depois, deixando uma família destroçada pelo luto. Gente de bem, que perdeu um filho inocente pela mão armada do Estado.

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Isso é o que acontece quando a polícia é estimulada a matar e a fazer justiça com as próprias mãos. Um dia, a truculência que castiga a periferia também bate à porta dos condomínios. Não há segurança quando a polícia se julga acima da lei e da Justiça.

A verborragia de Jorge Seif não é apenas estúpida e inconsequente. É também uma afronta ao juramento que ele fez ao assumir a cadeira no Senado, com os votos dos catarinenses. Os senadores juram “defesa da Constituição Federal, das leis, do bem geral do povo”. Uma polícia que espanca, que mata, que tortura, é uma polícia contra a lei.

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