O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, lamentou nesta quarta-feira (17) o episódio que resultou no cancelamento da participação da jornalista Miriam Leitão e do sociólogo Sérgio Abranches na 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul. Rech lembrou que esta não é a primeira vez que Miriam Leitão é vítima de perseguição.
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Em 2017, ela recebeu o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa como símbolo de resistência à hostilidade contra jornalistas. Na época, Miriam havia sido verbalmente atacada por um grupo de delegados do PT durante um voo de duas horas entre Brasília e o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
— É lamentável que, neste ambiente de polarização, ocorra algo muito similar. Causa preocupação a falta de disposição para o diálogo, a falta de tolerância que é necessária ao convívio com as ideias contrárias, que é a base da democracia — afirma Rech.
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Liberdade de expressão preocupa OAB de SC
A mesma preocupação foi levantada pelo presidente da Comissão da Liberdade de Expressão da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB/SC), Alexandre Dorta.
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— A OAB vê com tristeza a liberdade de expressão ceifada. Ela (Miriam) falaria de literatura, não de política. Mas, ainda que houvesse política (na programação), a democracia tem como pilar a liberdade de expressão.
Como se trata de um evento privado e a própria organização decidiu cancelar a vinda dos convidados, para evitar conflitos, a OAB não tomará outras providências neste momento.
Caso repercute no país
Nesta quarta-feira, o cancelamento do convite a Miriam Leitão e Sérgio Abranches esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter. Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jornalista Glen Greenwald, que lembrou o episódio recente em que também foi alvo de protestos ao participar da Feira da Literatura Internacional de Paraty (RJ).
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