O esquema de criptomoedas investigado pela Polícia Federal que resultou em uma operação na manhã desta terça-feira (27), em Santa Catarina e no Paraná, envolvia um aplicativo de mobilidade – anunciado como concorrente de marcas como Uber e 99 – com promessa de ganho de até R$ 50 mil por mês para os franqueados. A apuração da PF indica que o grupo operava uma espécie de esquema de pirâmide.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Balneário Camboriú e região por WhatsApp
Além do ganho expressivo, o aplicativo, que segue anunciado nas redes sociais e foi alvo de matérias na imprensa, propõe prêmios para os “sócios” mais engajados, que incluem de viagens a Cancun e Paris até carros de R$ 250 mil.
O app de mobilidade é apenas um dos negócios da empresa, que tem sedes em Balneário Camboriú e Curitiba. O esquema surpreendeu os investigadores pelo “profissionalismo” das lives e do esquema de divulgação, capaz de chamar atenção de investidores com um “verniz” de negócio sustentável.
Além da própria criptomoeda, o grupo oferecia o próprio banco virtual para as transações.
Continua depois da publicidade
Outro esquema operado pela empresa consistia em um aplicativo de mobilidade no metaverso – algo como um “Uber virtual” que remuneraria em cryptomoedas. Os operadores anunciavam que uma parte do lucro era revertida para a instalação de aparelhos reais de recarga de veículos elétricos, para “construção da infraestrutura necessária para atender à demanda de carregamento de veículos elétricos” e “contribuir no combate às mudanças climáticas gerando créditos de carbono”
De Dubai a Balneário Camboriú, quadrilha causa prejuízo de R$ 100 milhões e vira alvo da PF
Um dos responsáveis pela empresa, que foi preso nesta manhã em Curitiba, é um “empreendedor influencer” que ostentava uma vida de milionário nas redes sociais, com fotos em carrões e cenários paradisíacos ao redor do mundo. Muitas dessas imagens são acompanhadas de mensagens “gospel”, de conteúdo religioso.
Ele aparece em vídeos instalando o equipamento de recarga em endereços na Espanha e em outros lugares pelo mundo. Segundo a PF, a instalação era simulada – ou seja, falsa, apenas para ser filmada e ir parar nas redes sociais.
O grupo também anunciou recentemente ter se instalado em um escritório no famoso e luxuoso complexo Burj Khalifa, em Dubai – o maior prédio do mundo. A apuração da Polícia Federal concluiu que o tal escritório não existe.
Continua depois da publicidade
A apuração da PF indica que o grupo teria feito mais de 22 mil vítimas no Brasil e no exterior e causado um prejuízo de R$ 100 milhões com a comercialização de criptomoedas.
Veja imagens da operação Fast: