O principal foco da Operação Looping, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (13) em Santa Catarina, Paraná e São Paulo para combater o tráfico internacional de drogas pelos portos, era um grupo que operava como uma espécie de assessoria de comércio exterior – uma “Comex do crime”. Os criminosos faziam o esquema de logística, transporte, ocultação e despacho de toneladas de cocaína para a Europa desde 2022, segundo as investigações.

Continua depois da publicidade

Entre no canal e receba notícias de SC por WhatsApp

O grupo montou um esquema de “terceirização” para o tráfico internacional de drogas, que envolvia a cooptação de caminhoneiros, funcionários e ex-funcionários dos portos. Entre os clientes estavam facções criminosas que atuam no tráfico internacional de drogas. Um dos grupos que usou os serviços da terceirizada foi o PCC.

O delegado Alessandro Netto Vieira, que comandou as investigações, explica que o esquema era feito com caminhões que burlavam o sistema de fiscalização com scanners ao entrarem vazios nos portos, com fundo falso carregado de cocaína.

Funcionários de porto de SC são alvos de operação por tráfico de drogas do Brasil à África e Europa

Continua depois da publicidade

Os caminhões se aproximavam de contêineres previamente mapeados, que tinham os lacres abertos e eram “contaminados” com a droga e posteriormente fechados. Em alguns casos, o transbordo da cocaína chegou a ser flagrado pelas câmeras de monitoramento – mas, em geral, os operadores buscatvam locais sem acompanhamento ou em horários em que a qualidade das imagens não permitia identificar o esquema.

Veja imagens da operação:

O grupo criminoso tinha uma central de operação e imóveis alugados em Itapoá, no Norte do Estado, e em São José dos Pinhais, no Paraná. De lá, as drogas eram distribuídas nos portos de acordo com a disponibilidade – ou seja, de acordo com a possibilidade de obter brechas no sistema de controle. As investigações apontaram, desde 2022, envio de cocaína pelos portos de Paranaguá, Itajaí, Navegantes, Itapoá, Itaguaí (RJ) e Rio Grande (RS).