O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 15 dias para que o governador Jorginho Mello (PL) preste um depoimento à Polícia Federal. Em uma entrevista, nesta semana, o governador disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, se falam com frequência. Os dois estão proibidos de manter contato pelo STF, inclusive por meio de advogados.
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— Nosso presidente (Valdemar) conversa muito com o Bolsonaro, que é nosso presidente de honra. Espero que daqui a pouco eles possam conversar na mesma sala para se ajudarem ainda mais — disse o governador em entrevista a uma rádio, em São Paulo.
Fontes próximas a Jorginho afirmam que a frase foi retirada de contexto, e que o governador estava se referindo a conversas anteriores à ordem do Supremo, lamentando que Valdemar e Bolsonaro não possem se falar atualmente. A fala, no entanto, repercutiu e causou preocupação entre os bolsonaristas, pelo potencial de provocar medidas mais duras do Supremo.
O PL nacional se pronunciou, dizendo que o governador estava equivocado:
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“O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, reitera que não mantém qualquer contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em respeito absoluto às determinações impostas pelo STF. Qualquer declaração em sentido contrário é fruto de equívoco ou mal-entendido”, afirmou o partido.
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A determinação de Moraes para que Jorginho preste depoimento fecha uma semana marcada por uma sucessão de crises provocadas por falas do governador. Além da citação sobre Bolsonaro e Valdemar, Jorginho também foi criticado nacionalmente por uma frase com teor racista na abertura da Festa Pomerana, em Pomerode, esta semana. A sequência de problemas aponta para uma crise na comunicação do governo.
Jorginho Mello não vai se pronunciar sobre a decisão do ministro do STF. O governador tem a prerrogativa de escolher data, local e horário para prestar depoimento.