O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), demitiu nesta quarta-feira (28) três diretores do Serviço Municipal de Água e Saneamento (Semasa) – entre eles o diretor-geral, Diego Antônio da Silva. A exoneração coincide com o 15º dia de água salgada nas torneiras em Itajaí e Navegantes, que também recebe água do Semasa.
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> Água das torneiras continua salgada em Itajaí
A crise de abastecimento em Itajaí começou com danos na barragem de cunha salina, que contém a entrada de água do mar no ponto de captação, no Canal Retificado do Rio Itajaí-Mirim. Desde então, o Semasa trabalha em um conserto emergencial. Há muitas perguntas sem resposta sobre as causas do problema.
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A cobrança de água foi suspensa, e a autarquia passou a oferecer água potável em pontos de abastecimento espalhados pela cidade. A água que sai das torneiras não é ideal para o consumo.
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O sal também danifica aparelhos eletrônicos, como chuveiros. Centenas de pessoas já procuraram o Semasa para ressarcimento após terem equipamentos queimados por ação da água salgada.
Para completar o cenário, esta semana uma adutora de grande porte, que abastece boa parte da cidade e também de Navegantes, apresentou vazamento. O problema ocorreu numa ‘junta’ da adutora, e obrigou o Semasa a desligar temporariamente a Estação de Tratamento de Água (ETA) para o conserto.
Como resultado, diversos pontos da cidade ficaram mais de 24 horas sem água alguma – nem mesmo a salgada. A assessoria de comunicação do Semasa informou que, nesta quarta, não foi fechada a ETA mas foram feitas descargas de rede para reduzir a pressão e possibilitar o conserto, e isso também interfere no abastecimento nas ‘pontas’ de rede, como os bairros Cabeçudas e Praia Brava.
O cenário é caótico, porque a falta de água e o fornecimento de água salgada ocorrem em meio à pandemia, quando o abastecimento é fundamental, e durante o período eleitoral, quando os governos estão ‘na vitrine’. A situação tem pautado o debate nos últimos dias, e pode ser decisiva nas próximas semanas.
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O movimento do prefeito, de demitir a diretoria do Semasa, é uma resposta a essa pressão eleitoral. Com alguns dias ainda pela frente, o cenário pode beneficiar qualquer lado da disputa, dependendo de como forem avaliadas as respostas à crise. Resta saber o quanto de água salgada respingará nas urnas.
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