Afinal, quantos anos tem Itajaí?

O aniversário de Itajaí, nesta segunda-feira (15), destaca dois números diferentes. São 160 anos de emancipação política, e 200 anos de colonização. Uma feliz coincidência juntou as duas datas históricas “cheias” – mas também suscitou uma série de dúvidas sobre a real idade da cidade.

Em 1858, quando começou o movimento pela emancipação, Itajaí fazia parte da Freguesia de Porto Belo. Um grupo de moradores fazia pressão para que a cidade ganhasse vida própria – o que enfrentou oposição da Câmara local.

A insistência deu resultado: em 4 de abril de 1849, a uma Resolução da Assembleia Provincial de Santa Catarina criou o município de Itajaí. A instalação oficial, no entanto, ocorreria somente no ano seguinte, em 15 de junho de 1860, com a posse dos primeiros vereadores.

A data faz com que Itajaí seja, oficialmente, mais “jovem” do que outras cidades próximas, como Brusque ou Blumenau – embora a colonização do Vale tenha passado por Itajaí, porta de entrada de milhares de imigrantes. É por isso que a cidade também comemora a data da criação do povoado, que ocorreu em 1820 – quatro décadas antes.

Os historiadores apontam como marco a chegada de Antônio Menezes Vasconcelos de Drummond, que aportou em Itajaí em busca da extração de madeira, que já era uma atividade desenvolvida por colonizadores açorianos. A partir da chegada de Vasconcelos de Drummond, Itajaí passa a ter distribuição de terras, abertura de ruas e praças.

As discussões sobre a verdadeira idade da cidade permeiam os livros de história. Há quem defenda voltar um pouco atrás nas datas, para celebrar o momento em que a cidade passou a se entender como tal – ou seja, antes da emancipação propriamente dita.

O fato é que, desde aquela época, era a atividade portuária no Rio Itajaí-Açu que dava o cor e vida à cidade. Como segue, ainda hoje. O terminal se transformou ao longo da história, e chega 2020 como parte do segundo maior Complexo Portuário do país em movimentação de contêineres.

A cidade que nasceu do rio encontrou nele suas principais atividades econômicas – não podemos esquecer da pesca – e sua vocação para o turismo náutico. As grandes regatas, os eventos internacionais, passam pelo Itajaí-Açu.

Os 160 anos – 200, para os íntimos – coincidem com o período de pandemia, que alterou planos e adaptou as comemorações. O bolo de aniversário e as festas com aglomerações tiveram que esperar. No lugar, a tecnologia conectou corações.

O município chega ao segundo centenário com o segundo melhor PIB de Santa Catarina e destaque entre as melhores cidades do país para investir e fazer negócios. Mas é em sua gente e em sua cultura que estão os maiores trunfos de Itajaí. Para a cidade que liga Santa Catarina ao mundo, soprar as velas é só um detalhe.

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