Advogados de Santa Catarina têm sido vítimas de estelionatários que procuram clientes, com valores a receber, e pedem o depósito de dinheiro em troca da suposta liberação dos precatórios. A OAB/SC acompanha registros diários desse tipo de golpe, em todo o Estado.
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Nesta semana, o advogado Lucas Zenatti, do escritório Cavalcanti & Zenatti, de Balneário Camboriú, alertou pelas redes sociais sobre golpistas que entraram em contato com seus clientes, se passando pelo escritório de advocacia, para informar a suposta liberação de valores. Em um dos casos, os estelionatários pediram o envio de R$ 1,5 mil para o pagamento de uma suposta guia de arrecadação de tributos.
O contato dos golpistas, feito por Whatsapp, simula a mesma identidade visual do contato original do advogado e pede que o cliente não tente acessá-lo por telefone, porque ele estaria ocupado. É o mesmo modus operandi que tem sido usado em outro casos registrados no Estado, egundo o advogado Juliano Mandelli, ex-presidente da OAB Balneário Camboriú e presidente da CAASC.
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Os golpistas procuram processos públicos, e coletam dados reais que convencem o cliente de que realmente esta falando com o advogado. Mandelli explica que os alvos são pessoas que têm, de fato, valores de ações judiciais a receber – mas esses precatórios em geral só serão liberados em um período de um ou dois anos. Surpreendidos com a informação falsa de que o dinheiro foi liberado antes do previsto, a vítima acaba caindo no golpe.
A Justiça de Santa Catarina é um alvo preferencial porque o sistema eletrônico do TJSC é um dos melhores do país, que permite acesso facilitado aos processos públicos. Diante da profusão de golpes, no entanto, a pedido da OAB o Tribunal de Justiça avalia tornar sigilosas algumas informações sensíveis, para desestimular os crimes de estelionato.
Ainda no ano passado, a presidente estadual da OAB, Claudia Prudêncio, procurou o governador Jorginho Mello (PL) e o Delegado Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, para pedir um reforço nas investigações dos crimes virtuais. A Polícia Civil de Santa Catarina tem acompanhado esses casos por meio de uma delegacia especializada.
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A recomendação para quem recebe um contato de advogado, informando sobre a liberação de valores a receber, é que qualquer pagamento seja feito presencialmente, no escritório de advocacia – o que evita a ação dos estelionatários.