Os advogados de Luciano Hang entraram com um pedido de liminar ao ministro Luiz Fux, presidente interino do Supremo Tribunal Federal (STF), para obterem acesso ao inquérito das fake news. A defesa do empresário acusa o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, de “conduta omissiva” por não ter liberado ainda os autos para que a defesa avalie o que é investigado. Hang foi alvo de mandados de busca e apreensão na última quarta-feira (27), junto com outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

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No pedido, assinado pelos escritórios Beno Brandão e Leal & Varasquim, os advogados relatam que já pediram acesso ao inquérito diretamente ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, mas não obtiveram resposta. “O paciente e sua defesa estão às cegas. Teve aquele (Hang) contra si medidas cautelares decretadas, sem sequer ter tido acesso formal à decisão”, afirma a defesa.

O ministro também não havia respondido, até o início da tarde desta sexta-feira (29), ao pedido feito pelos advogados de Hang para liberar o acesso do empresário a seus perfis nas redes sociais – Facebook, Instagram e Twitter – que foram bloqueados por determinação de Moraes.

No pedido, os advogados afirmam ter conhecimento de que o inquérito já teria cerca de 6 mil páginas, e solicitam acesso “no mínimo” a todos os depoimentos prestados no decorrer da investigação. “Sem ter conhecimento da investigação, o paciente sequer pode se defender das mesmas”, diz a defesa.

O inquérito das fake news é sigiloso, conduzido por uma equipe especializada de delegados da Polícia Federal. Em abril, quando veio à tona a intenção do presidente Jair Bolsonaro de trocar a direção da PF – o que culminou com a demissão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro – o ministro Alexandre de Moraes determinou que o mesmo time de delegados fosse mantido à frente das investigações.

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O empresário Luciano Hang estaria sendo investigado por, supostamente, auxiliar no financiamento da rede de divulgação de fake news. Ele nega qualquer envolvimento com a propagação de notícias falsas, e afirma que isso será provado pela perícia em seu celular e seu computador pessoal, que foram apreendidos.

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