Segundo candidato entrevistado por Raphael Faraco e Laine Valgas no Jornal do Almoço, o senador Esperidião Amin (PP), duas vezes governador de Santa Catarina, apresentou pouco em programas e projetos para o Estado. Mais energia foi dedicada a criticar CPI da Covid e a defender o “voto auditável”, um nó narrativo em que, dada sua história na política, talvez nem ele mesmo acredite de verdade.

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Durante décadas, o senador Esperidião, sua companheira de vida, a deputada federal Angela Amin, e o filho, João Amin, têm sido eleitos pelo voto eletrônico. Nunca questionaram o resultado de nenhuma eleição.

Na verdade, a única eleição de Amin que ficou marcada por suspeitas foi com votos de papel, em 1982. Foi a primeira vez em que ele se elegeu governador, e venceu o falecido senador Jaisson Barreto por pouco mais de 12 mil votos. Barreto, que se tornou amigo e aliado de Amin posteriormente, costumava dizer que a votação foi fraudada pela ditadura.

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O fato é que os acenos retóricos do senador, presentes na sabatina, buscam “colar” no presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonarista light, sem apreço pela garupa das motociatas, Amin, que conhece Bolsonaro há décadas, tem outra maneira de se aproximar.

Eloquente, o senador sempre teve no discurso seu ponto forte. E é pelo discurso, alinhado ao bolsonarismo, que pretende atrair o eleitor do presidente da República.

Vale pontuar que, após semanas de guerra declarada contra Jorginho Mello (PL), com quem disputa espaço na raia bolsonarista, Amin poupou o principal adversário no Jornal do Almoço. Veremos o quanto dura a trégua.