Paris prometeu, e entregou um legado feminino na abertura para os Jogos Olímpicos. As mulheres foram protagonistas do belíssimo e inclusivo show na Capital francesa, o primeiro a ocorrer a céu aberto, fora dos tradicionais estádios.
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Foram momentos marcantes, desde a homenagem de Lady Gaga a Edith Piaf, passando pela imagem de Axelle Saint-Cirel cantando La Marseillaise, o símbolo da República Francesa, do alto do telhado do Grand Palais, e chegando ao final emocionante com Céline Dion.
Mas o mais simbólico foi o momento em que 10 estátuas femininas emergiram do Rio Sena, numa homenagem a mulheres importantes da história e do pensamento francês, que influenciaram o mundo. Mulheres que atuaram pelo direito de todas.
Olympe de Gouges, Alice Milliat, Gisèle Halimi, Simone de Beauvoir, Paulette Nardal, Jeanne Barret, Louise Michel, Christine de Pizan, Alice Guy and Simone Veil. Artistas, intelectuais, jornalistas, atletas. Nada mais justo para a primeira Olimpíada da história com paridade entre homens e mulheres.
No grupo de homenageadas, Alice Milliat colocou seu nome na história dos Jogos Olímpicos por se insurgir contra o pensamento do Barão de Coubertin, o pai dos Jogos Olímpicos na era moderna – que não queria mulheres nas Olimpíadas.
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Ignorada pelo Comitê Olímpico, Milliat criou jogos só para mulheres, que atraíram grande público. Até que ela não pode mais ser ignorada. Atendida, a francesa se tornou a mãe do esporte olímpico feminino.
As estátuas femininas ficarão permanentemente no Sena. Serão um legado para Paris e para o mundo.