A operação deflagrada pela Polícia Federal em Balneário Camboriú, nesta terça-feira (14), para cumprir mandados de busca e apreensão, revelou a vida de luxo e ostentação do homem que, para a PF, atua como “braço direito” do traficante conhecido como “Pablo Escobar brasileiro” – um ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso que está entre os maiores narcotraficantes do mundo.
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Gaúcho, o “braço direito” do ex-major estava vivendo em Balneário Camboriú sem chamar atenção. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços relacionados a ele – um apartamento de luxo no Centro de Balneário e outro apartamento de alto padrão em Itajaí.
Os veículos apreendidos nos dois imóveis somam quase R$ 1 milhão: um BMW Z4 de R$ 500 mil, um Toyota SW4 de mais de R$ 370 mil, e uma motocicleta BMW S 1000 RR, avaliada em mais de R$ 120 mil.
Apesar do patrimônio ostensivo, o investigado vivia discretamente, sem despertar desconfiança.
Valorização e anonimato: o que leva os chefões do crime a investir em BC
Na avaliação de fontes da segurança pública, a possibilidade de manter um estilo de vida luxuoso sem chamar atenção é o que atrai para Balneário Camboriú criminosos que movimentam altas quantias em dinheiro – como o braço direito do Escobar brasileiro.
Os imóveis de alto padrão, a profusão de carros e embarcações de alto valor e a lavagem de dinheiro em artigos de luxo fazem com que os barões do tráfico vivam no anonimato – até serem descobertos pela polícia.
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Prática comum
Em 2020, o Fantástico mostrou imagens de uma festa de aniversário da mulher de Minotauro, considerado pela PF o líder do PCC na região de Ponta Porã e condenado a 40 anos de prisão, a bordo de um iate na orla de Balneário Camboriú, mostrando como o casal vivia despreocupado em SC.
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Outras cenas eram de um apartamento de alto padrão, no Pontal Norte, onde foi preso o traficante Pavãozinho. Para a Justiça brasileira, Jarvis Pavão, pai de Pavãozinho, atuava como representante de uma facção criminosa paulista no Paraguai. São exemplos de como Balneário se tornou atrativa para os chefões do narcotráfico.
No caso da operação desta terça, o alvo da polícia também mantinha um arsenal em casa: estava com duas armas, entre elas um fuzil com mais de 300 munições. O armamento foi apreendido.
O grupo criminoso ao qual ele está ligado é apontado como responsável pelo envio de grandes quantidades de cocaína à Europa, usando os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Para a polícia, a quadrilha estava tentando incluir portos do Espírito Santo como alternativa de embarque.
Apontado como líder de uma das maiores organizações criminosas em atuação no Brasil, o “Pablo Escobar brasileiro” já havia sido preso na Hungria, no ano passado. Ele foi alvo de um novo mandado de prisão nesta terça. Seu “braço direito” não foi preso, e não teve a identidade divulgada pela polícia.