Os movimentos da Assembleia Legislativa, na última semana, indicam uma inclinação dos deputados em jogar uma pá de cal sobre os processos de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) – e, se possível, recebê-lo de volta de braços abertos. A senha foi dada na eleição dos membros do Legislativo para o segundo Tribunal de Julgamento, que aponta para o arquivamento do processo. Pelo menos, por parte do Legislativo.
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> Foi dada a largada para a ‘operação salva Moisés’ na Assembleia Legislativa
Dois cinco deputados escolhidos, os dois que teriam maior dificuldade de justificar uma mudança de posição em relação ao impedimento de Moisés seriam Laércio Schuster (PSB) e Valdir Cobalchini (MDB). Mas a conclusão das investigações da Polícia Federal, que não encontraram nada contra o governador afastado no caso dos respiradores, trouxe o lastro necessário para a mudança de rumo nos votos.
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Moisés também terá que enfrentar um novo julgamento em relação ao primeiro impeachment. Mas, nesse caso, tudo aponta que tem vantagem. Se o cenário se confirmar, poderemos ter em Santa Catarina não apenas o primeiro governador afastado por um Tribunal de Julgamento no país. Mas também o primeiro a escapar dele.
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Para além da inexperiência e da falta de articulação política da substituta, Daniela Reinehr, a resposta para esse ioiô político está logo ali, em 2022. Desde que o deputado Sargento Lima (PSL) decidiu mudar o rumo da história de Santa Catarina, novatos e experientes na política fazem cálculos para definir quem representa o melhor cenário nas próximas eleições para o Governo do Estado. E há inúmeros retratos à frente.
Perceba que Moisés afirma, há muito tempo, que não tem interesse em concorrer à reeleição. Mas tende a se sentir ‘empoderado’ ao se salvar de um impeachment que era dado como certo. Já Daniela parece ter maiores aspirações políticas, e pode ser uma ‘pedra no sapato’ de futuros candidatos.
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Adicione-se aí o ‘fator Bolsonaro’, o selo-desejo para uma fatia dos que pretendem se lançar candidatos nas próximas eleições. O presidente daria as mãos a um deputado ou senador catarinense em troca de fidelidade no segundo mandato, ou abraçaria Daniela na tentativa de reeleição? Essa é a resposta que os articuladores tentam buscar.
As próximas peças que serão movidas nos processos de impeachment contarão a história que veremos nas urnas de SC em 2022. E não se engane, caro leitor: estão sendo escolhidas para o jogo com muito cuidado, para além da Alesc.
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