Uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, nesta sexta-feira (26), criou uma saia-justa para o PL em Santa Catarina. Bolsonaro reclamou de um candidato que está tentando impedir os demais de usarem seu nome e sua imagem em campanha. Sem citar nomes, ele disse o seguinte:
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“Teve um estado aí em que um candidato do nosso partido entrou na Justiça para que outros candidatos, deputado federal, estadual, não pudessem usar no santinho a minha cara ao lado do cara do PTB, do PP, do PR. E o cara tá vendo o quê? O lado dele apenas. E eu fui pra cima e autorizamos aí todo mundo que quiser usar o meu nome, a minha fotografia. Até na televisão, a minha cara do lado, pra mim é muito bem-vindo, porque eu preciso, se eu quiser me eleger, 50% mais um”.
Em Santa Catarina, o PL de Jorginho Mello entrou na Justiça para impedir a campanha de Gean Loureiro (União Brasil) de usar a imagem de Bolsonaro – e levou a liminar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O caso aguarda análise de mérito.
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Ocorre que Jorginho não foi o único a fazer isso. Em Rondônia, o senador Marcos Rogério (PL), que concorre ao governo, também recorreu à Justiça Eleitoral para impedir o candidato do União Brasil, Marcos Rocha, de usar a imagem do presidente. Só que Marcos Rocha é amigo do presidente, que se irritou com a medida. Bolsonaro gravou um vídeo em que diz que “qualquer candidato” está autorizado a usar sua imagem em Rondônia.
A história deu o que falar na região Norte do país e, diante da repercussão e do envolvimento do presidente, é provável que Bolsonaro se referisse a Marcos Rogério ao citar o caso na Jovem Pan. Mas o fato é que a entrevista respingou em Santa Catarina e criou um problema para Jorginho.
Primeiro porque, ao que parece, Bolsonaro não quer impedimento à possibilidade de abrir novos palanques nos estados. Segundo, porque a fala do presidente virou munição para a oposição.