A alternância de poder é a base da democracia – mas, em Itajaí, ela funcionou como um pêndulo ao longo dos últimos 27 anos, entre dois polos. Desde 1997, a cidade elegeu apenas dois prefeitos, repetidas vezes: Jandir Bellini (PP) e Volnei Morastoni (PT, depois MDB). As próximas eleições, em outubro, serão as primeiras em que nenhum dos dois estará na disputa após quase três décadas.

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O vácuo inédito de poder trouxe uma disputa interessante para o maior PIB de Santa Catarina. O PL apostou no ex-secretário adjunto de Portos e Aeroportos do governo Jorginho, Robison Coelho (PL), que disputará em chapa única, com Rubens Angioletti (PL) como vice. Robison tem no currículo a última eleição municipal em Itajaí, em que disputou contra Volnei Morastoni em 2020 e perdeu por uma margem pequena, de apenas três mil votos.

Também na oposição, Osmar Teixeira (PSD) é popular – radialista, começou a carreira política no movimento estudantil e foi o candidato a deputado federal em Itajaí em 2022 – mas não se elegeu. Osmar tem como vice o presidente da Câmara, Marcelo Werner (Republicanos), num acordo que incomodou o PL estadual. O Republicanos recusou a proposta de se unir aos Liberais em Itajaí, como pretendia o governador e o presidente do partido, o deputado federal Jorge Goetten.

Atual “dono da bola”, o MDB aposta na candidatura do deputado federal Carlos Chiodini, presidente licenciado do partido no Estado, vice-presidente nacional do MDB, e um dos deputados mais influentes em Brasília. Chiodini trocou Jaraguá do Sul por Itajaí mirando o vácuo de poder na antiga capital da política catarinense. Tem como vice o popular ex-secretário de Obras Márcio Dedé (União).

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Itajaí foi o berço de algumas das principais dinastias a comandar Santa Catarina no passado, os poderosos Konder e Bornhausen – mas a influência e a força política declinaram ao longo das décadas. Com renovação inevitável, o resultado das próximas eleições poderá fazer ressurgir a vocação política da maior economia de SC.