O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) passou por Santa Catarina como um furacão categoria 17. Além da expressiva votação pessoal, o desempenho dele influenciou fortemente a eleição no Estado, impulsionando a candidatura do Comandante Moisés (PSL) ao governo do Estado, de Lucas Esmeraldino (PSL) ao Senado, de Ricardo Alba (PSL) à Assembleia Legislativa, entre outros. A força e fidelidade do eleitor do PSL criaram novas lideranças políticas e desbancaram representantes tradicionais. Em Blumenau, a principal vítima desse processo foi o ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB), candidato a vice-governador apeado do segundo turno e com limitadas opções para as próximas eleições.

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De um modo geral, Blumenau perdeu representatividade. O município tinha um representante no Senado, dois na Câmara Federal e três na Assembleia Legislativa. A queda já era prevista quando os projetos se voltaram exclusivamente para o governo do Estado. A força da renovação abalou os pilares da política local, fortemente identificada com o sentimento antipetista, mas não o suficiente para alinhar-se às expectativas de mudança. Entre os candidatos anti-PT, o eleitor preferiu os representantes puro sangue, o que se traduziu no expressivo desempenho do PSL em Santa Catarina.

A tendência impactou o desempenho dos candidatos daqui que disputavam a eleição proporcional e que na avaliação do eleitor eram majoritariamente identificados com a “velha política” (PT, PSDB, PSD, PMDB, entre outros). Nesse contexto, quem se elegeu, não sai da disputa como vitorioso, mas como sobrevivente. O resultado serve de alerta para o prefeito e os atuais vereadores, que em 2020 terão pela frente adversários com um discurso novo para a campanha. Entre tais nomes, se inclui o vereador Ricardo Alba, revelação desta eleição ao lado de outros filiados do PSL. Num eventual governo do Comandante Moisés, o deputado eleito seria um nome para uma Secretaria de Estado. De todos os modos, entra no mapa da sucessão para daqui a dois anos.

No caso dos candidatos cujos partidos integram a administração de Blumenau, os votos se pulverizaram entre os muitos postulantes. Porém, no cômputo geral a votação dos governistas (PSDB, PSB, DEM) ficou abaixo da expectativa. De fato, nenhum dos deputados eleitos se alinha à base do governo. Eles são todos da oposição (PSD, PSL e PV). O desempenho sinaliza uma espécie de avaliação do governo.

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