O governo do prefeito Mário Hildebrandt (PSB) não atravessa um bom momento político. A crise na Câmara de Blumenau é o principal sintoma das dificuldades. A disputa pela presidência embaralhou a relação com a base aliada, repercutindo na tramitação das matérias de interesse da administração. Uma série de fatores conduziu ao desgaste, entre os quais se destacam três. O principal deles é o próprio estilo do prefeito.

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Ao contrário do anterior, que governava cercado por uma equipe que ele prestigiava publicamente, o atual prefere a condução pessoal dos atos da gestão. A estratégia tem um lado bom: passa a ideia de presença e hierarquia. Porém, deixa a gestão acéfala na ausência do prefeito. Foi o que aconteceu na última semana. Com a exceção de André Espezim (PSB), os demais secretários demonstram insegurança na interlocução que extrapole o âmbito técnico.

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Em segundo lugar, parte das dificuldades de Hildebrandt se deve aos conflitos nos bastidores do PSDB. O partido derreteu na recente eleição e sofrerá importantes defecções, caso se confirmem os fatos sob investigação do Ministério Público. Eles envolvem órgãos que estiveram sob o comando do partido nos últimos anos. As repercussões atingiriam o primeiro escalão da prefeitura e esvaziariam a força da bancada de vereadores. O colapso do aliado tem repercussões que transcendem os limites do diretório.

O terceiro fator que desafia a estabilidade política da administração é a proximidade da sucessão. Ela vai consumindo as energias da gestão, especialmente pela falta de uma base partidária sólida. O prefeito está de saída do PSB, os principais sócios dele encolheram nas urnas e o que surge de novo no lugar dos partidos tradicionais ainda é uma aposta. O conjunto desses fatores cria um cenário de dúvidas sobre os rumos da gestão nos próximos dois anos de mandato.

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O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (Podemos), virá a Blumenau na terça-feira para a inauguração de um conjunto habitacional no bairro Itoupavazinha. A obra beneficia 144 famílias. A vinda do ministro é resultado de uma articulação do senador Dalírio Beber (PSDB).

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Comandante da Polícia Militar em Blumenau e árbitro da CBF, Jefferson Schmidt conclui na próxima semana uma pós-graduação em Psicologia do Esporte. O trabalho de final de curso aborda os estímulos e a percepção na atividade de árbitro de futebol. O coronel é um nome em ascensão na hierarquia da PM e um quadro prestigiado no PSL.