Usar o termo “festa da democracia” em redação de jornal ou de televisão é quase um atentado. Nem ouse… Jornalistas babarão de ódio e te fuzilarão com olhares professorais, arrogantes, raivosos. “Festa da democracia” é da mesma turma de “correr atrás do prejuízo” ou “a rua virou uma verdadeira praça de guerra”. Frases feitas, jargões esfarrapados dos quais repórteres e pseudocomunicadores pretendem distância. Pois bem, nadarei contra a corrente. Lutamos muito por ela, pelo reencontro com ela, pelo recomeço do namoro com ela. E vamos viver, este fim de semana, mais uma festa da democracia.
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O Brasil viveu sob governos militares de 1964 a 1985. Teve atrocidade cometida pelos guerrilheiros de esquerda. Teve atrocidade cometida pelos aparelhos repressores. Teve ditadura, tortura, AI-5, censura, violência, assassinatos. Não reconhecer tudo isso é como negar o nazismo e o holocausto. Ignorância e obtusidade não são bênção nem virtude, minhas amigas e meus amigos.
Nesse longo percurso, teve a derrota da campanha das eleições diretas. Teve eleição indireta e a morte de Tancredo Neves. Teve a volta do direito de votar para presidente. Teve impeachment de dois presidentes. Tem ex-presidente preso. E este domingo tem eleição de novo.
Vivemos numa democracia, queiram ou não. O caminho até ela foi espinhoso. Agora temos que desfrutá-la da forma mais responsável e consciente possível. É nosso dever cuidar bem desse namoro.
Não devemos transformar estas eleições numa espécie de referendo sobre a própria democracia, se ela faz bem ou mal ao país. Ela faz bem, e ponto. Se não fosse por ela, a democracia, não estaríamos ouvindo as aberrações que são ditas por aí, à esquerda, ao centro e à direita. Não estaríamos lendo o show de ódio e atos irracionais nas redes sociais, disseminados por gente boa e gente nem tão boa assim. Nem vendo tanto humor de qualidade, como os ótimos tutoriais de Marcelo Adnet com os principais concorrentes ao Palácio do Planalto e as hilárias manchetes do Sensacionalista. Isso é a democracia, gostem ou não.
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Com o projeto SC Ainda Melhor, as plataformas da NSC Comunicação vêm fazendo importante cobertura do processo eleitoral. Entrevistamos todos os candidatos à Presidência da República e ao governo de Santa Catarina. Fizemos debates em nossas rádios e na NSC TV. Apresentamos os resultados de três pesquisas Ibope. Nosso objetivo principal é assegurar, aos catarinenses, o direito à informação independente, crítica, apartidária, ética e responsável, à pluralidade, à diversidade de ideias, ao contraditório de opiniões.
Agora é com a gente. Bom voto e viva a democracia!
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Do economista americano Milton Friedman: “Liberdade política significa ausência de coerção de um homem pelo seu compatriota. A ameaça fundamental à liberdade é o poder de coagir, esteja ele nas mãos de um monarca, de um ditador, de uma oligarquia ou de uma maioria momentânea.”
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