Tomados por compromissos cotidianos, esquecemos detalhes importantes ou banais de nossas vidas. De repente, deparamos com um deles. Susto inevitável. Dia desses, ao abrir a surrada carteira de trabalho, a descoberta: cheguei aos 35 anos como jornalista profissional. Olhando em retrospectiva, não saberia fazer outra coisa. São tantas mudanças de estações, o tempo voa.

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Na balança, coisas que orgulham, coisas que envergonham, preço da pressa e da inexperiência. Sobretudo, fiz amigos, muitos amigos, por onde pisei. Como diria o Rei, detalhes tão pequenos são coisas muito grandes para esquecer. Mas o futuro dura muito tempo e o passado é como roupa velha que não serve mais.

Os novos desafios estão logo ali à frente, na esquina, à espreita, para velhos e novos jornalistas. De cara teremos um presidente da República e um governador de Santa Catarina novos.

Sinais, fortes sinais, 2019 vem com tudo. Fundamental é manter o sonho de que viveremos num país mais justo e generoso, mais bem organizado. Que ajudaremos a construir uma sociedade mais respeitosa.

Que as gerações futuras serão mais bem educadas e mais amorosas. Pago o que for para manter minhas utopias de menino. Assim como há muitos anos carrego, como tatuagem no coração, a frase do astro pop David Bowie:  “O tempo pode me mudar e eu não posso enganar o tempo”.

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Não há mais energia para se desperdiçar, não há mais tempo para desesperança. Chega de chororô. Força, moçada, para cima com a viga e que venha o novo ano.

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Efemérides alimentam recordações. Lembrei de Clara Nunes, sambista mineira que minha mãe me apresentou ainda menino. Na época de Natal, meus pais, minhas irmãs e eu cercávamos a pequena vitrola… "O sol há de brilhar mais uma vez/A luz há de chegar aos corações/Do mal será queimada a semente/O amor será eterno novamente…" A gente ali em silêncio, ouvindo os versos de Nélson Cavaquinho que Clara Nunes cantava tão lindamente.. "É o juízo final/A história do bem e do mal/Quero ter olhos pra ver/A maldade desaparecer…" Eita, que saudade daquilo tudo…

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"Roma", do diretor mexicano Alfonso Cuarón, é a coisa mas bonita do cinema em 2018. Lírico, sensível sem sentimentalismos, terno. Ganhou recentemente o Festival de Veneza, deverá levar o Oscar de filme estrangeiro. "Roma" é uma preciosidade em sua enorme simplicidade.

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Parabéns a Cacau Menezes, que fez 50 anos de Comunicação. Daqui a pouco chego lá.

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Que o Natal seja bacana para todos nós.