Um amigo emitiu, pelas redes sociais (ou antissociais), um recado. Não sei para quem, nem importa saber. Em tempos de ódio, a missiva de Rodrigo Araújo é pungente e emocionante. Segue um trecho:
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“Lamento informar, mas ‘eu não quero estar junto com você’ é democracia. Não conviver é democracia. Rompimento sem agressão é democracia. Defendo até a morte o seu direito de escolher quem você quiser. Você lá, eu cá. Democraticamente. Um dia, quando você entender que duas pessoas devem estar vivas e em condições iguais para se relacionarem, voltaremos a conviver. Até lá, a nos separar, estará um enorme abismo chamado respeito.”
Respeito é tudo. Respeito, acima de tudo. Aprendi desde moleque a respeitar as opiniões do outro, a respeitar as preferências do outro, a ouvir e refletir sobre o que o outro tem a dizer e a contar. Aprendi com frases repetidas pela minha mãe, Dona Leila, a Fera da Tijuca: “Sempre coloque-se no lugar do outro; procure sempre sentir a dor do outro; procure sempre andar com o sapato do outro”. Recados simples e diretos.
Empatia não funciona somente para um lado. Empatia para um lado só é toxicidade. Empatia significa compreensão, identificação, respeito – produtos que não são encontrados a preço de banana na birosca do Zé Fuinha, ali na esquina.
Em tempos de recados, esta semana recebemos um bem simbólico, referente ao nosso ofício, o trabalho jornalístico. Tristemente, ele diz muito sobre o país que esboçamos. O remetente, dizendo-se economista de uma importante universidade catarinense, termina a mensagem assim: “Espero que minha crítica tenha sido construtiva.”
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Não, senhor economista, sua crítica nada edifica. Simplesmente porque, além de pessimamente escrita, é desrespeitosa, tomada de xingamentos. Sua crítica, senhor economista, é racista, homofóbica. Sua crítica é deplorável e desnecessária.
Sua mensagem, senhor economista, faz eu refletir se este é o Brasil que nós plantamos, queremos e merecemos. O Brasil que o senhor prega, preconceituoso e colérico, está distante do meu. O Brasil que eu quero e sonho, desde guri, é de paz, entendimento, amor. De respeito entre os homens.
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Por falar em recados, as urnas nos mandaram alguns bem interessantes no domingo passado. Elas nos disseram que não aguentamos mais a velha política, a roubalheira, o coronelismo. Elas nos provaram o poder das redes sociais (ou antissociais). Elas avisaram que desejamos uma renovação nos governos e no Congresso. E sinalizaram, fortemente, o crescimento de uma onda conservadora. Dia 28 de outubro teremos o segundo turno. Que novos recados as urnas nos enviarão?
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Segue poderoso recado de Ai Weiwei, importante artista chinês: “A humanidade e a liberdade não são dádivas que vêm do nada, e sim produto da luta de quem as defende.”
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Santa Catarina está recebendo os irmãos venezuelanos. SC por um mundo melhor! Um viva ao Humanismo!