Walter Casagrande é um comentarista diferente. Ele carrega um olhar humanista sobre o mundo da bola. Sempre me provocou com uma questão: “Por que a ética do futebol é tão diferente da do mundo real?”
Continua depois da publicidade
Sempre respondi: “Não vejo tantas diferenças assim, os mundos estão todos de cabeça para baixo, os valores estão completamente tortos, perdidos, distorcidos”. E nossos papos seguiam entrecortados de discussões sobre rock, drogas, cinema, a vida como ela é.
Voltemos à ética. O que aconteceu nesta semana com a seleção espanhola foi bizarro. Apenas dois dias antes da estreia na Copa da Rússia, o rico Real Madrid pagou pesado e anunciou a contratação do técnico da Espanha. Traição ao país? Ah, exagero. Mas a força do dinheiro e a falta de cuidado gritaram alto.
Nem tudo está perdido. A esperança resiste. Na mesma Espanha, semanas atrás, o técnico Zinedine Zidane decidiu sair do mesmo Real Madrid. Ele havia acabado de conquistar o tricampeonato da Liga Europeia.
“Por que sair?”, foi a pergunta que o francês com sangue argelino mais ouviu. “Porque é melhor parar agora do que passar a fazer bobagens daqui para frente”, respondia, bem simples assim.
Continua depois da publicidade
Zidane era elegante quando jogava futebol. Agora, procura manter a integridade fora do campo. E mostra que ética, retidão e decência não são produtos que se compram na padaria da esquina.
***
De meu amigo Rodrigo Araújo, sobre a Copa de 2026, um tiro certeiro: “Copa nos Estados Unidos e no México? Vai ser a Copa do Muro”.
***
Na semana dos enamorados, uma boa dica da psicanalista Betty Milan em tempos de mídias sociais: “O discurso amoroso precisa da falta. As pessoas que mandam mensagem o dia inteiro podem estar desperdiçando as palavras. O amor não suporta a banalização”.
***
Vai, Brasil!
Direto da Rússia: confira as publicações e Cacau Menezes, Roberto Alves e Diorgenes Pandini