Como é bom conversar com gente fina, bonita, elegante e sincera. Abre o coração, alimenta a alma, enriquece a mente, fortalece o fio de esperança que insiste existir em nós.

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É assim, por exemplo, quando se encontra o padre Vilson Groh, que trabalha com comunidades pobres da capital de Santa Catarina. Dono da frase “A beleza vence a bruteza”, ele carrega o humanismo no sangue.

É assim também quando se entra em contato com Johann Sebastian Bach ou Aretha Franklin, a maior voz da história da música, que nos deixou esta semana. Ouvir Bach e Aretha é como conversar com Deus, seja ele de qualquer religião. O ex-presidente americano Barack Obama disse: “Toda vez que Aretha cantava, éramos agraciados com um vislumbre divino. Ela nos ajudou a nos sentirmos mais esperançosos e mais humanos”.

O escritor, dramaturgo e jornalista Millôr Fernandes tinha uma visão mais divertida e cética do humanismo. “Sou um humanista. Isso não significa ser bonzinho ou acreditar que o homem é bonzão. Significa apenas que aceito o homem como é – medroso, primário, invejoso, incapaz, acertando por acaso e errando por vaidade: meu irmão”.

O humanismo está no nosso cotidiano mais banal. Como dizia minha avó Edith, o humanismo está no respeito ao direito do outro, na generosidade de querer ajudar o outro, na vontade de olhar e perceber o outro, está em se colocar no lugar do outro. É o que o politicamente correto se chama de empatia. O humanismo está num sorriso da balconista da lanchonete. Muitas vezes está num bom dia ao vizinho da porta ao lado ou numa demonstração de afeto ao morador de rua que deseja apenas ser percebido.

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Assim como a música de Bach e a voz de Aretha, o humanismo é uma força da natureza. É a beleza que vence, de goleada, a brutalidade e a irracionalidade da vida. 

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A frase do filósofo francês Montaigne também é sintomática: “A covardia é a mãe da crueldade”. 

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E viva Ursal, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina, terra de liberdade e amor plenos.  

 

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