A Nissan vai trazer para o Brasil um sistema pioneiro de eletrificação. Trata-se do e-Power, tecnologia desenvolvida pela montadora japonesa, que inova por oferecer um veículo elétrico que não precisa ser recarregado na tomada.

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Funciona assim: um pequeno volume de gasolina fornece energia para acionar um gerador, que por sua vez carrega as baterias que vão impulsionar o motor elétrico do veículo.

Ou seja, o sistema, com alto nível de eficiência, dispensa a recarga nos demorados carregadores e funciona a partir de combustão interna. Por isso, não está descartado utilizar a tecnologia flex, mas ela ainda precisa ser desenvolvida, segundo explicou Chris Reed, VP Regional Senior de Pesquisa e Desenvolvimento Nissan Americas.

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De acordo com o anúncio oficial da marca japonesa, feito durante o evento Nissan Innovation Week, em São Paulo, a tecnologia e-Power chega à região da América do Sul em 2023, sem detalhar países ou veículos.

Temos aí um pequeno quebra-cabeças. Entre carros que hoje já possuem essa tecnologia e-Power estão o Note (um monovolume compacto no Japão), o sedã Sentra (na China) e em breve o Kicks, fabricado na Tailândia e que será vendido no México. A fabricação naquele país ainda não foi anunciada.

A Nissan pode tomar alguns caminhos. Uma delas, importar da Ásia o Kicks e-Power, enquanto desenvolve uma tecnologia flex para estrear sua produção no Brasil – que poderia ser no próprio Kicks, ou de um novo SUV médio, ainda sob sigilo, que vai fabricar em Resende (RJ).

O Nissan Kicks e-Power asiático, o mesmo que será lançado este semestre no México, rende 136 cv em seu motor elétrico e 28,5 kgfm de torque. O consumo fica próximo de 30 km/l.

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Os preços são relativos conforme o mercado, mas no caso do Brasil, ficaria próximo do que custa um híbrido hoje.

Diferentes tecnologias: elétrico x e-Power x híbrido x combustão
Diferentes tecnologias: elétrico x e-Power x híbrido x combustão (Foto: Nissan)

E por que o Brasil?

Simplesmente porque é um mercado em potencial para a Nissan, carente de infraestrutura de carregadores, com consumidores sedentos por carros inovadores e mais acessíveis do que um elétrico como o Leaf e, claro, com uma fábrica que vai receber US$ 250 milhões de investimentos para expansão e novos produtos.

“A oportunidade é enorme para o Brasil. Por enquanto o e-Power é uma inovação global prioritária, enquanto a inovação específica [etanol] vem em segundo lugar. Eu e Ricardo Abe [gerente de engenharia da Nissan América do Sul] estaremos no Japão no próximo mês e o etanol é uma ideia que queremos abordar para vender o e-Power no Brasil”, afirmou Reed.

Chris Reed, VP de engenharia da Nissan Americas, concorda que etanol é estratégico
Chris Reed, VP de engenharia da Nissan Americas, concorda que etanol é estratégico (Foto: Nissan)

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