A virada do ano trará novidades que podem tirar do mapa alguns tradicionais modelos nacionais. É que a partir de 1º de janeiro entra em vigor (salvo se o calendário não for adiado pelo governo) a nova fase de emissões do Proconve, agora chamada de L7, para veículos zero-km.

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A nova regulamentação estabelece limites mais rígidos de emissão. Calibração do motor e novos catalisadores, filtros, dutos e tanques são os principais componentes a sofrerem alterações.

Na prática, os carros emitirão menos poluentes, consumirão menos combustível, alguns modelos poderão deixar de ser feitos (em geral o custo pela mudança não valeria mantê-los) e os novos motores podem perder um pouco de potência.

A Chevrolet, por exemplo, anunciou há algumas semanas que vai reduzir as emissões em 43%. Para isso, investiu para mudar sistemas de exaustão e de armazenamento e distribuição de combustível, além de softwares que gerenciam motor e câmbio. Nos modelos a diesel, a marca adota um filtro que anula em até 95% a emissão de particulados, aquilo que gera aquela fumaça escura que sai pelo escapamento.

A Fiat já se antecipou e lançou o Fiat Pulse com motor 1.3 atendendo à nova norma. Nesse SUV, a potência com etanol foi de 109 para 107 cv e, com gasolina, de 101 para 98 cv.

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O mesmo ocorreu com o furgão Fiorino, lançado há alguns dias. Seu motor 1.4 que rende 86 cv com etanol está, segundo a montadora, até 8,3% mais econômico que o anterior ao utilizar apenas etanol e 11,8% com gasolina.

No corredor da morte

Diante desta nova fase de redução de poluentes, claro, muito bem-vinda, uma das mortes decretadas é a do motor 1.6 com oito válvulas. Carros com esse tipo de motor teriam de passar por algumas alterações que não compensariam seu custo.

Nesta lista estão os Volkswagen Gol, Voyage e Saveiro. Enquanto o hatch e o sedã deverão manter o motor 1.0 de 3 cilindros e 1.6 de 16 válvulas, a picape terá apenas o 1.6 16V. A Volks já anunciou que em breve terá uma nova família de compactos, mas ainda sobrevivem em 2022.

Da Fiat, embora nada confirmado, devem sair de linha Uno, Siena e Doblò, projetos antigos que não justificam novos investimentos. Em seus lugares, há Mobi e Cronos, mas a marca fica devendo um modelo de sete lugares.

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A Chevrolet também deve tirar do mercado as versões Joy de Onix e Onix Plus que vêm com motor 1.0 de 80 cv e não atenderão às novas exigências de emissões e ruídos.

Os Renault Sandero e Logan já não têm mais versões 1.6 8V (o sedã tem 1.0 e 1.6 16V) nem os Hyundai HB20 e Creta.

Vale lembrar que a nova resolução entra em vigor em 2022 e as montadoras ainda terão os estoques disponíveis à venda até os primeiros meses do novo ano.