Apesar de uma leve melhora nos números de novembro, a indústria automotiva pouco tem a comemorar sobre o ano de 2021 no Brasil. De acordo com a Anfavea, foram licenciados 173 mil autoveículos (automóveis e comerciais leves), alta de 6,5% em relação a outubro. Para se ter ideia, esse volume foi inferior em -23% quando comparado ao mesmo mês de 2020, momento em que o mercado se recuperava lentamente após meses paralisado.
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No acumulado dos 11 meses, o volume chega a 1,913 milhão de unidades vendidas, com perspectivas de fechar o ano com crescimento entre 6 e 10% em relação a 2020. No início do ano, as estimativas levavam a um avanço de 25%.
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A crise, ressalta a entidade, é de oferta e não de demanda, por conta da falta de componentes que paralisam as linhas de produção, sobretudo os microchips ou semicondutores.
Na produção, o mês de novembro teve queda de -13,5% em relação a outubro, mas no acumulado do ano, a indústria apresenta alta de 12,9%.
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— Temos muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano — explica Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O ano de 2022 continua repleto de desafios, avalia Moraes. Alta da inflação, dos juros (o que compromete o crédito), das commodities (só aço ele cita alta de 100% desde a chegada da pandemia) e ainda sob impacto da falta de insumos (um problema global) são fatores que deixam as perspectivas em interrogação.
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Picapes crescem, automóveis caem
Ao fazer um recorte dos segmentos de veículos com maiores altas e baixas de janeiro a novembro, em relação ao mesmo período de 2020, chama a atenção o avanço das picapes: crescimento de 28,4% nas vendas. Caminhões, com destaque aos modelos pesados, subiram 46,3% e furgões apresentaram alta de 27,8%.
Do outro lado estão os automóveis, com queda de -1,3%, atribuída à falta de semicondutores. Apesar disso, os utilitários esportivos foram os que mais cresceram.
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— Dentro do universo de automóveis, vale uma ressalva para a evolução de vendas dos SUVs, que cresceram 30% sobre o ano passado e em novembro representaram impressionantes 45,5% do total de carros de passeio — destacou o presidente da Anfavea.
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Ranking dos mais vendidos até novembro em SC
Modelo / Unidades
- Jeep Compass – 4.375
- Hyundai HB20 – 3.746
- Jeep Renegade – 3.498
- Fiat Strada – 3.478
- Chevrolet Onix – 3.246
- Volkswagen T-Cross – 3.220
- Chevrolet Tracker – 2.914
- Volkswagen Nivus – 2.950
- Hyundai Creta – 2.724
- Fiat Argo – 2.715
*Fonte: Fenabrave
Ranking dos mais vendidos até novembro no Brasil
Modelo / Unidades
- Fiat Strada – 100.049
- Fiat Argo – 80.135
- Hyundai HB20 – 78.529
- Jeep Renegade – 69.621
- Fiat Toro – 65.754
- Jeep Compass – 64.240
- Fiat Mobi – 63.103
- Chevrolet Onix – 62.096
- Hyundai Creta – 58.721
- Volkswagen Gol – 57.899
*Fonte: Fenabrave
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Importados também desacelerados
Como a crise dos semicondutores e de outros insumos é mundial, a Abeifa, associação que reúne 11 marcas importadoras de veículos registra queda de -7% nas vendas até novembro. Nesse período foram emplacadas 23.257 unidades.
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Diante desse cenário, João Henrique Oliveira, presidente da entidade, tem expectativa de que, ao menos, haja renovação da lista de exceção aos produtos híbridos e elétricos, cujo imposto de importação é de 0% a 4%, e que vence no dia 31 de dezembro próximo.
Na lista dos importados mais vendidos até novembro estão os Volvo XC60 (3.334 unidades), XC40 (2.972), os Kia Bongo (2.191) e Sportage (1.114) e Volvo XC90 (936).

Fiat lança Fiorino atualizada
De olho no crescimento do e-commerce e com a entrada da nova legislação de emissões Proconve L7, a Fiat renovou o furgão Fiorino. A começar pelo motor Evo 1.4 flex de até 86 cv que foi modificado para ficar mais eficiente, assim como relações de marcha para deixa-lo mais ágil nos percursos urbanos.
No desenho, teve a frente renovada, com alguma herança do Uno. Por dentro, o acabamento segue tendências da Strada, Mobi e Uno.
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À venda na única versão Endurance, custa R$ 99.990. Traz de série direção hidráulica, ajuste de altura no banco do motorista, vidros e travas elétricos, ar-condicionado, predisposição para rádio, alarme, faróis de neblina e chave com telecomando.
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A Fiat ainda se antecipa das novas regras ao oferecer de série controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampas. Os dois primeiros itens serão obrigatórios a partir de 2024 (era 2022, mas foram adiados).
A Fiorino detém 92% do mercado de furgão pequeno e briga com furgões maiores, que custam quase o dobro.

Fabricante de Brusque marca volume histórico
Com fábrica em Brusque, a BorgWarner acaba de atingir a marca histórica na produção de 500 mil motores de partida 29MT, para aplicações diesel de 3,8 a 7,2 litros. Com essa operação, a fabricante abastece as montadoras, pós-vendas (aftermarket) e mercado externo.
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De acordo com o Sindipeças, o volume de produção corresponde a mais de 20% da frota de veículos pesados circulantes no Brasil, que em 2020 contabilizou 2.440.946 unidades.
Em Brusque também são produzidos motores de partida para o sistema Start/Stop, destinados a modelos da linha leve com motores 1.0 e 1.3 de duas grandes montadoras em operação no Brasil, tecnologia que vai crescer nos próximos dez anos: se em 2017 estava presente em 42% dos veículos a combustão em todo o mundo, a estimativa é de que em 2027 salte para 65%.
