Em um ano supostamente de recuperação do setor automotivo, após meses de paralisação em 2020, as montadoras viveram um período atípico. Primeiramente pela crise de oferta, com a escassez de peças, sobretudo os semicondutores, que tiraram de produção vários veículos e, em especial, o líder de vendas Chevrolet Onix por quase cinco meses.
Continua depois da publicidade
Mas no fim, todas as montadoras foram impactadas. Pelo menos 200 mil veículos deixaram de ser feitos e há estimativas de que esse volume possa chegar a meio milhão. Isso se reflete nas filas: é “normal” ter 6 meses de espera por algum veículo nas lojas.
Caoa cresce
Uma montadora que diz ter sofrido, mas driblado essa crise, é a Caoa Chery. Assumida em 2017 pelo grupo Caoa e com carros montados no Brasil, a marca de origem chinesa dobra suas vendas a cada ano. Os volumes, claro, ainda são baixos, mas já é a 10ª marca no ranking de participação no ano.
Continua depois da publicidade
Em 2021, os executivos esperam chegar a 40 mil unidades vendidas. O crescimento saiu de 3.734 unidades em 2017 para 8.639 (2018), 20.182 (2019), 20.089 (2020) e 36.048 até novembro de 2021. O market share disparou de 0,76% na pré-pandemia para 2% este ano. A rede de concessionárias também saltou de 25 lojas em 2017 para 137 em 2021. Em Santa Catarina são 11.
Desde que o grupo liderado pelo Dr. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, falecido em agosto, iniciou a operação, já foram 10 lançamentos, todos made in Brazil (Anápolis, GO, e Jacareí, SP). Começou com o Tiggo 2, em 2018, seguido pelo Arrizo 5 e Tiggo 5x. No ano seguinte, Tiggo 7 e Arrizo 5e. Em 2020, a montadora lançou o Arrizo 6 GSX e Tiggo 8. E este ano, o Tiggo 3x e Arrizo 6 Pro.
Boa renovação
Às vésperas de fechar o ano, a Caoa estreia o novo Tiggo 7, com o sobrenome Pro. O antigo, que sai de linha, realmente precisava ser atualizado. Ele faz parte de um segmento no qual briga com Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross. Este ano não chegou a 4 mil unidades, enquanto o Jeep emplacou pouco mais de 64 mil unidades até novembro.
Dificilmente estará perto dos números de Jeep, Volks e Toyota, mas a Caoa Chery ganha cada vez mais a confiança dos consumidores, a exemplo do que o próprio Caoa conquistou com a Hyundai.
Continua depois da publicidade
Além do novo desenho, com a grade mais marcante, conjunto ótico de full LED, linha de cintura mais alta, caída mais esportiva na coluna C e a barra de LED com assinatura noturna na traseira, o interior foi todo renovado com bons itens tecnológicos de segurança e conforto.
Disposto
O motor também recebeu um upgrade: agora o Tiggo 7 traz o mesmo conjunto do Tiggo 8, o quatro cilindros 1.6 turbo que rende 187 cv (no lugar do 1.5 de 150 cv), bebe apenas gasolina e trabalha em conjunto com a transmissão de 7 velocidades. Na estrada, o SUV tem muita disposição para acelerar, com boas retomadas. A suspensão foi retrabalhada para privilegiar o conforto.
Para a segurança, há sensores de alerta de tráfego cruzado traseiro, detector de ponto cego e faróis de neblina com assistência em curvas, entre outros. Mas senti falta do piloto automático adaptativo com a frenagem de emergência e alerta de saída em faixa pelo pacote que oferece.
Em única versão de acabamento custa R$ 179.990 (ah, esses R$ 10 reais para chegar a R$ 180 mil, coisas do marketing).
Continua depois da publicidade
A marca promete mais novidades para os próximos meses, incluindo a oferta de híbridos ou elétricos e, certamente, a renovação do Tiggo 5x.