*Por Silvana Pires
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os governadores da região Sul e Sudeste por terem tomado medidas de confinamento como prevenção ao novo coronavírus. Ao conversar com pastores evangélicos, na porta do Palácio da Alvorada na tarde desta quinta-feira (2), Bolsonaro afirmou que o governador de São Paulo, João Doria, divulgou um vídeo em que afirma que o presidente é responsável e que precisa resolver o problema da arrecadação dos Estados. O vídeo diz respeito à reunião dos chefes dos Executivos do Sul e do Sudeste, que aconteceu nesta manhã.
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Bolsonaro disse que a responsabilidade não é dele:
— O governador Doria acabou de divulgar um vídeo, assinado pelos governadores do Sul e Sudeste, dizendo que eu sou responsável e tenho que resolver o problema de arrecadação deles. Eles acabaram com o comércio. O Doria acabou com o comércio no Estado. Não pediu pra mim, não conversou comigo para fazer aquela loucura. É aquela história, o corpo tá doente, dá remédio. Agora dá três, quatro vezes a dose a mais, é veneno. É o que o governador fez em São Paulo, acabou o ICMS, vai ter dificuldade para pagar a folha nos próximos um ou dois meses e quer agora vir pra cima de mim? Não! Tem que se responsabilizar pelo que ele fez. Ele tem que ter uma fórmula para desfazer o que ele fez de excesso. Não vai cair no meu colo essa responsabilidade.
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Para Bolsonaro uma roda da economia foi destruída e acusou os governadores de terem proporcionado o desemprego:
— Tem uma ponte que foi destruída, que é a roda da economia, que é o desemprego proporcionado por alguns. Vou deixar bem claro, alguns governadores, especial de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, se não me engano, o do Rio Grande do Sul que prorrogou por mais 30 dias. Eu faço um apelo para eles, pô. Esse Carlos Moisés (SC), pelo amor de Deus. Ele se elegeu com o meu nome, mais um que se elegeu com o meu nome. Ele é o dono do Estado, é um outro país. As consequências estão aí.
O presidente ainda afirmou que esses governadores não iriam para o meio do povo e questionou se não seria por "medinho de pegar o vírus".
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— Falta humildade. Eu fui em Ceilândia e fui massacrado pela mídia. Eu duvido que um governador desse, um Doria, Moisés, vai no meio do povo. A justificativa é "não vou porque posso pegar". Tá com medinho de pegar vírus? O vírus é uma coisa que 60%, 70% vai ter, não vai fugir disso. A tentativa é de atrasar a infecção para os hospitais poderem atender.
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Bolsonaro voltou a dizer que a pandemia não "é tudo isso que estão pintando":
— Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado, muito pelo contrário. Tem um hospital no Rio de Janeiro que tem 200 leitos, só tem 12 ocupados. Não é isso tudo que estão pintando. No Brasil a temperatura é diferente, o clima é diferente. E parece que ouve uma competição entre alguns para ver quem toma mais medidas, o papaizão. Depois, de obviamente, parte da mídia, levar o pânico para a população.