Marco Feliciano com o pedido de impeachment entregue na mesa diretora da Câmara dos Deputados
Marco Feliciano com o pedido de impeachment entregue na mesa diretora da Câmara dos Deputados (Foto: Twitter / Reprodução)

* Por Silvana Pires

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O deputado Marco Feliciano (PODE-SP), vice-líder do governo na Câmara, protocolou um pedido de impeachment contra o vice-presidente, general Hamilton Mourão, alegando "cometimento de crime de responsabilidade". O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou que a posição do deputado é uma iniciativa individual e o partido não a avalizou.

Em discurso no plenário, Feliciano explicou sua decisão e chegou a citar "curtidas" feitas por Mourão nas redes sociais como um exemplo de "comportamento indecoroso em várias ocasiões" contra o presidente Jair Bolsonaro.

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— Nunca antes nos primeiros cem dias de governo, um vice-presidente agiu de maneira indecorosa, indelicada, desdizendo tudo que um presidente da República diz. Quem acompanha a imprensa sabe que, o vice-presidente Hamilton Mourão acabou curtindo uma fala estranha de uma jornalista que vive para alfinetar o nosso presidente, dizendo que quando o Bolsonaro sai do país, o país de fato é governado. E lá vai o nosso presidente e curte esse tuíte.

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O tuíte no qual o deputado se refere é da jornalista Rachel Sheherazade. Ela comenta palestra de Mourão nos Estados Unidos:

— Palestra do @GeneralMourao em Harvard. Finalmente um representante do Governo não nos causa vergonha alheia. Muito pelo contrário: o vice mostrou como ele e o presidente são diferentes: um é o vinho, o outro vinagre. Parabéns, pela lucidez, @GeneralMourao!

Além de um vídeo explicando seus motivos, o parlamentar tuitou afirmando que esse pedido é um alerta e citou a ex-presidente Dilma Rousseff:

— Ontem protocolei PEDIDO DE IMPEACHMENT contra o vice-presidente Mourão. Foi um tiro de alerta! Dilma teve 19 pedidos antes do derradeiro. Espero que o @GeneralMourao tenha postura leal com o presidente @jairbolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união!

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Feliciano publicou nas redes sociais, nesta semana, uma conversa com o filósofo e guru político de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, conhecido crítico de Mourão e do chamado grupo de generais. Essa iniciativa de Feliciano escancara uma guerra aberta de deputados da bancada evangélica – agora alinhados com Olavo – contra o grupo de generais do governo.

Os deputados religiosos perderam espaço no Ministério da Educação, por exemplo, para nomes defendidos pelos militares. A chance do pedido de impeachment de Mourão prosperar na Câmara é zero.

A coluna tenta contato com o vice-presidente, general Hamilton Mourão.