O presidente Michel Temer foi vaiado no Dia do Trabalho, em frente a um prédio que serve como símbolo do descaso do poder público. Destruído pelas chamas, o edifício de 24 andares no centro de São Paulo pertence à União, mas foi abandonado e invadido por famílias sem-teto. De um lado, o desleixo injustificável com o patrimônio público. De outro, a falta de responsabilidade social com as pessoas que viviam sem apoio ou qualquer segurança, à mercê de uma tragédia que acabou ocorrendo. Mas como o presidente da República vive em uma bolha, entre os palácios do Planalto, do Jaburu e suas viagens no avião da FAB à residência em São Paulo, ele imaginou que seria de bom tom visitar os escombros. Foi enxotado. Com uma popularidade pífia, alvo de investigação da Política Federal e com pouquíssimo a apresentar, depois de quase dois anos à frente do Planalto, Temer não passa pela prova das ruas. Como, então, poderia ser candidato à presidência da República? É difícil que algum candidato do PMDB ao governo dos Estados queira contar com ele no palanque.
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LULA E RENAN
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O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tem motivos de sobra para estar de braços dados com o ex-presidente Lula. Além da conveniência política – Lula conta com alta popularidade em Alagoas e Renan está de olho na reeleição – o peemedebista tem uma dívida com o petista. Em 2007, Renan contou com forte apoio e articulação política do então presidente Lula, e conseguiu se livrar de um processo de cassação por quebra de decoro.
MAIS MÉDICOS
Santa Catarina terá 10 novos médicos atendendo pelo programa Mais Médicos a partir de hoje. Todos são brasileiros formados no exterior que irão atuar nas cidades de Joinville, Balneário Camboriú, Balneário Arroio do Silva, Gaspar, Agrolândia, Laurentino, Painel, Lontras, Princesa e Modelo.
AFINANDO
A bancada do PSB na Câmara deve se reunir com Joaquim Barbosa ainda nesta semana, em Brasília. Há uma preocupação quanto ao discurso e as principais diretrizes de um programa de governo. Barbosa ainda não confirmou se será mesmo candidato à presidência.
DIREITOS
O STF deve julgar amanhã ação em que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot questiona a restrição à gratuidade judiciária, determinada pela reforma trabalhista. Para ele, são inconstitucionais os artigos que preveem o pagamento por quem tem direito à justiça gratuita. Janot argumentou que as novas regras servem para intimidar o “trabalhador pobre”.
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FRASE
“Temos de ser pragmáticos, colocar o partido em primeiríssimo lugar e sair dessa farsa que significa tanto a candidatura do Temer quanto a do Meirelles.”
Do senador Renan Calheiros, defendendo aliança com Lula.