*Por Silvana Pires
Ainda faltam 10 dias para janeiro acabar, mas o mês já traz uma lista de problemas que o Planalto preferia não ter de enfrentar: atrasos de todos os tipos no INSS, um secretário que usou palavras de um nazista para falar do Prêmio Nacional de Artes e, agora, os erros no Enem.
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Sobre o INSS, a perspectiva é de só em setembro se resolver a demanda das quase 2 milhões de pessoas que solicitaram licença-maternidade, aposentadoria, entre outros. Isso se tudo der certo na estratégia de contratar militares para auxiliar o instituto.
No Enem, a situação, por mais incômoda que possa ser, não trará problemas para os estudantes. Pelo menos foi o que afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro da Educação. Abraham Weintraub argumentou ainda que o impacto dos cerca de 6 mil erros em notas é baixo, pois afeta 0,1% dos inscritos.
Mesmo assim, reconheceu o problema e pediu “desculpas pelo susto”. Por mais que o número seja pequeno, serve de alerta, pois a prova envolve milhões de estudantes a cada ano. O erro em si parece ser banal: o aluno fez uma prova, que foi corrigida com base no gabarito de outra. Justamente por ser tão simples, torna-se mais preocupante e exige apuração a fundo para que não se repita.
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No caso da Cultura, o episódio envolvendo o ex-secretário Roberto Alvim está caminhando para um final digno de novela. Regina Duarte aceitou o convite para comandar o setor, o que agradou parte da classe artística, que tem nariz torcido em relação ao governo Bolsonaro. Ponto para o presidente, que conseguiu sair com saldo positivo de uma crise como essa.
Sonho distante
O ministro da Justiça, Sergio Moro, não esconde dos amigos mais próximos que seu grande sonho é integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, há quem acredite que, para a vaga de Celso de Mello – que se aposenta no final do ano –, Bolsonaro deve escolher um ministro evangélico. Mesmo se preterido, Moro não deve concorrer em 2022.
Na Justiça
A Justiça Federal deu prazo de cinco dias para que o secretário de Comunicação do Planalto, Fábio Wajngarten, se manifeste sobre um suposto caso de conflito de interesses dentro da área. Wajngarten tem 95% da empresa FW Comunicação e Marketing, cuja clientela inclui emissoras e agências com contratos no governo federal, alguns assinados pela atual gestão da pasta. A ação judicial é assinada pelo PSOL.