Flexibilizar ainda mais a reforma da Previdência e apelar aos governadores são as últimas cartadas do governo Temer na tentativa de aprovar o texto. Momentos antes da abertura oficial dos trabalhos no Congresso, o relator, Arthur Maia (PPS-BA), reconheceu que está trabalhando em mudanças para que a proposta fique mais palatável. Mas o novo texto ainda não existe.
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A pouco mais de uma semana para a votação em plenário, um acordo ainda não foi costurado. O critério será o potencial de conquista de votos, e não mais o impacto na economia. O Planalto só não abre mão da idade mínima e da paridade entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. Em resumo: não é sombra do que foi defendido pela equipe econômica no início do ano passado. Mas nem uma reforma desidratada é capaz de garantir votos. Temer gastou capital político ao garantir votos para enterrar duas denúncias. Agora, arrisca um arremedo de reforma para não reconhecer uma provável derrota.
MEIA BOCA
O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), ainda não conversou com a equipe econômica sobre o impacto das novas mudanças no orçamento. Afinal, o principal objetivo da reforma é cobrir o rombo da Previdência. Mas uma reforma meia boca vai cumprir essa missão?
RECORDAR É…
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Em 2016, a abertura do ano legislativo contava com a presença da então presidente Dilma Rousseff, dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De lá para cá, Dilma foi alvo de impeachment, Cunha foi cassado e preso, Renan tenta sobreviver a 18 inquéritos no STF.
DE PERTO
O governador Raimundo Colombo saiu mais cedo da reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para participar de audiência com o presidente Michel Temer. O encontro era para ser discreto, mas entrou na agenda pública de Temer.
FRASE
“Está nas mãos de Deus. Não falo mais sobre o assunto”, do presidente do PTB, Roberto Jefferson, sobre a indicação da filha para o Ministério do Trabalho. A deputada Cristiane Brasil está sangrando em praça pública.