O vice-presidente, general Hamilton Mourão, condiciona a liberação dos 30% cortados das universidades federais à aprovação da reforma da Previdência. Para o general, o problema não são os pelados ou as balbúrdias, como disse o ministro Abraham Weintraub (Educação), mas o contingenciamento orçamentário promovido pelo Ministério da Economia.

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Embora continue sendo lamentável, faz mais sentido. Mourão afirmou que se a economia voltar a crescer, a verba será descongelada e voltará aos cofres das instituições de ensino. Aliás, esse discurso começa a tomar conta da Esplanada. É jogada ensaiada. Quem vai ao Ministério de Infraestrutura em busca de dinheiro para estradas também ouve que se a Nova Previdência sair do papel, o ambiente para investimento ficará mais favorável. 

Com o rombo no sistema previdenciário, é óbvio que as mudanças nas aposentadorias são necessárias. Basta olhar os números do Regime Geral e, em especial, dos servidores públicos e militares para notar que o sistema não é sustentável. Mas também não é panaceia. Além da reforma, é importante que o governo Bolsonaro coloque em prática outras medidas para estimular a economia, inclusive priorizando as políticas para educação. 

Eficiência

O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) afirmou à coluna que o governo vai medir o desempenho das instituições federais com indicadores de eficiência, readequando os recursos com base em resultados e métricas. Para Onyx é uma questão da qualidade do gasto e usou o exemplo de Sergipe para dizer que as universidades privadas são mais eficientes que as públicas.

Tapete Vermelho

Os governadores terão tratamento vip na quarta-feira, em Brasília. Eles serão recebidos pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Rodrigo Maia, ministros Paulo Guedes (Economia), Abrahaam Weintraub (Educação) e líderes partidários. Na pauta, a crise das finanças: Lei Kandir, securitização, seção onerosa, Fundeb e Plano Mansueto, como vem sendo chamada proposta do governo para o reequilíbrio fiscal dos Estados. Na quinta-feira, os governadores se encontram o presidente do STF, Dias Toffoli. O governador Eduardo Leite irá participar. 

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Socorro aos Estados 

O governador Carlos Moisés já confirmou presença na reunião, em Brasília. Em seu discurso, o governador catarinense irá reforçar a necessidade de um socorro imediato aos Estados. Moisés defende a importância da reforma da Previdência, mas lembra que os benefícios virão a médio e longo prazo, e os Estados não podem esperar tanto.

Do baú

Ao longo de 35 minutos de entrevista ao Programa Silvio Santos, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a reforma da Previdência, falou sobre a polêmica dos radares nas rodovias e turismo, entre outros assuntos. A entrevista irá ao ar no próximo domingo.