O ano de 2017 ficará marcado pelo esvaziamento forçado da Lava-Jato e o ministro do STF Gilmar Mendes tem papel de destaque nesta operação abafa.

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Nos últimos dias, além de mandar soltar Adriana Ancelmo, a mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, ele concedeu liminar proibindo a condução coercitiva em todo o país. Uma decisão que desagradou parte dos ministros do Supremo que identificam na ação uma forma de enfraquecer as investigações.

Esse não é assunto para ser resolvido às vésperas do recesso. Controversa, a condução coercitiva merece ser analisada e submetida ao plenário. Diante da medida, um fiel aliado do presidente Michel Temer na Câmara disse à coluna:

– As coisas estão voltando ao seu lugar.

Se para os alvos da Lava-Jato a sensação é de alívio, dentro da mais alta corte o clima não poderia estar pior. Os ministros estão divididos em dois grupos. O duelo de palavras entre Mendes e o ministro Luís Roberto Barroso, na última sessão, é o retrato de um plenário constrangido. Diante das críticas de Mendes ao trabalho do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Barroso desabafou:

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– Vivemos uma tragédia brasileira, a tragédia da corrupção que se espalhou de alto a baixo sem cerimônia.

MDB?

Líderes do PMDB nos Estados saíram indignados da convenção, que não abriu espaço para a manifestação dos descontentes. A inútil retirada do P do nome do partido irritou ainda mais quem exige mudanças mais profundas.

EXEMPLO

O deputado Esperidião Amin (PP) disse à coluna que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tem como exigir a presença de deputados em plenário porque ele mesmo não apareceu na última segunda-feira.

– Eu estava no plenário. Mas o presidente não estava aqui – reclamou o deputado.

ALIÁS
 

Amin tem sido chamado pelos colegas da Câmara de “governador”.


Café frio

A segurança do presidente Michel Temer falhou duas vezes ontem: a primeira na convenção do PMDB, quando um pai de santo – sem previsão do cerimonial – subiu no palco onde o presidente estava discursando e, logo depois, em outro evento, uma jornalista se aproximou de Temer e fez uma pergunta sobre Previdência:

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– Como ela chegou aqui? – questionou o presidente aos assessores.

Frase

“Maria descobriu que João a traiu. João muda o nome para José e diz que não foi ele que a traiu. Baita solução.” 

do Coordenador da Força-Tarefa da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, ao comentar a decisão do PMDB de trocar de nome e agora ser MDB.