
O ex-presidente Lula soltou o verbo ao declarar que o país está sendo governado por um “bando de maluco”. O presidente Jair Bolsonaro devolveu na mesma moeda: “Pelo menos não é um bando de cachaceiros”. Frases de efeito para agradar ao respectivo público. O que não deixa de ser um resumo dos “tempos estranhos que estamos vivendo”, como costuma repetir o ministro do STF Marco Aurélio Mello. As discussões de problemas importantes do país estão ficando cada vez mais rasas, se resumindo a bate-boca pelas redes sociais. E aqui, é bom deixar claro, não é só coisa de político.
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A sociedade está se utilizando do mesmo artifício e condenando sumariamente o contraditório. Concordar apenas com o que lhe convém pode significar também abrir mão de novas possibilidades, de evolução. Um exemplo claro é a reforma da Previdência – assunto do momento no país. Mas até que ponto há um real interesse sobre o tema? Por incrível que pareça, é comum escutar nos corredores do Congresso que há deputados que nunca leram o projeto. E a sociedade está se contentando com bate-bocas virtuais em vez de exigir explicações claras e objetivas dos impactos na aposentadoria.
No Brasil, até o direito natural de educar os filhos em casa, para ser exercido, precisa ser regularizado por lei. Isso é um absurdo! A mentalidade legiferante que aqui reina precisa ser mudada.
Caroline De Toni, deputada federal do PSL-SC, defendendo nas redes sociais o ensino domiciliar. Há três projetos sobre o assunto, que tramitam em conjunto na Câmara dos Deputados.
Passaporte
Só cresce a lista de deputados que se oferecem para acompanhar a ministra Tereza Cristina (Agricultura) à Ásia, em maio. Nos bastidores já se fala que esse número está perto de 70 parlamentares. A viagem de 15 dias passará por Japão, China, Vietnã e Indonésia e tem como objetivo a abertura de novos mercados para produtos brasileiros.
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Apoio
Após encontro em Belo Horizonte, os governadores do Sul e do Sudeste divulgaram carta reafirmando apoio à reforma da Previdência. No documento, eles destacam que atualizar a Previdência é o primeiro passo no conjunto de reformas necessárias para assegurar a estabilidade fiscal da União, de Estados e municípios. Vale ressaltar que o texto deixa claro que cabe ao Congresso combater privilégios e proteger os mais pobres e vulneráveis. O governador Carlos Moisés (PSL) participou da reunião e também assina a carta.
Previdência
Em conversa com a coluna, o presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que entende a necessidade da reforma, mas defende mudanças no texto para não sacrificar os mais humildes. Ramos não esconde a antipatia pelo governo e criticou declarações do presidente Jair Bolsonaro. Para o deputado, ao afirmar que o governo se contenta com uma economia de R$ 800 milhões, ele deu um sinal de que a Câmara pode cotar pelo menos R$ 440 milhões.
— Até agora, ninguém desidratou mais a proposta do que o próprio presidente.